Federation of Portuguese Canadian Business & Professionals

Data de Fundação:7 de dezembro de 1981
Endereço: 1136 College Street
Toronto, ON
Localização: Canadá
M6H 1B6
Telefone:416-537-8874
E-mailinfo@fpcbp.com
Website:fpcbp. com

Federation of Portuguese Canadian Business & Professionals – promovendo o desenvolvimento empresarial e comunitário

A Federation of Portuguese Canadian Business and Professionals (FPCBP)) foi fundada a 7 de dezembro de 1981. O seu foco inicial cingiu-se à área da Grande Toronto, mas, desde então, a FPCBP expandiu o seu alcance por todo o Canadá. Uma organização sem fins lucrativos, a FPCBP tem-se estabalecido como uma entidade relevante que alimenta o espírito empreendedor dos luso-canadianos, promove os nossos negócios comunitários e apoia a nossa população estudantil.

Desde a sua criação, a organização tem contado com patrocinadores e desenvolvido esforços de angariação de fundos que incluem vários eventos anuais altamente antecipados, como um torneio de golfe bastante concorrido e a sua Gala anual. Na Gala, convidados de variadas afiliações, estatutos e localidades reúnem-se para uma noite de reconhecimento de indivíduos que se destacam na área empresarial, na educação, no trabalho voluntário e na vida pessoal. É também neste evento que são anunciados os beneficiários das Bolsas de Estudo da FPCBP.

A Gala da FPCBP é um evento anual bastante concorrido

A Bolsa de Estudos da FPCBP, implementada em 1984, tem proporcionado a estudantes de descendência portuguesa, que frequentam os ensinos superior e secundário, centenas de milhares de dólares. É a maior e mais antiga bolsa de estudos da comunidade portuguesa. Todos os anos, dezenas de jovens luso-canadianos recebem quantias que variam entre 1,000 e os 4,000 dólares em diversas categorias. Os candidatos devem concluir o ensino secundário ou estarem matriculados numa instituição de ensino superior no ano em que se candidatam. Devem ainda ser descendentes de portugueses e possuir cidadania canadiana ou usufruir do estatudo de residência permanente. O processo de candidatura inclui cartas de referência, informações pessoais e o currículo vitae.

O Torneio de Golfe anual é um dos principais eventos de angarição de fundos da organização

A organização elege anualmente uma direção executiva. Armindo Silva, o seu primeiro Presidente, permaneceu no cargo até 1984. A lista dos ex-presidentes da organização inclue: Jonh Santos (1985), Fernando Dias Costa (1986, 1987), João Neves (1988), Frank Alvarez (1988, 1989), Nellie Pedro, the first female in the role (1990), Arnold Santos (1991, 1992, 1995), Raimundo Favas (1993), Almiro Fonseca (1994), José-Luis Reis de Arruda (1996, 1997), Ricardo de Castro Lopo (1998), David Costa (1998), Luis Louro Jr. (1999), Charles de Sousa (2000), José L. Pinto (2001), Carlos Alberto Teixeira (2002), Ermido Alves (2003), Leo Pereira (2004), Ana Bailão (2005, 2006), Madalena Barreto (2007), Paul Silva (2008), Manuel de Brito Fialho (2009), Cristina Martins (2010, 2011, 2012, 2013), Sérgio Ruivo (2014, 2015), Michelle F. Jorge (2016, 2017), Eduarda Lee Sousa-Lall (2018, 2019, 2020), Ana Maria Faria (2021, 2022), Helen Filipe (2022), Bela Cumberbatch (2023).

A Federação – como é carinhosamente apelidada – está aberta a candidaturas a sócio de todos os luso-canadianos, incluindo indivíduos que possuem o seu próprio negócio, que trabalham para outra pessoa ou que simplesmente procuram estabelecer contactos com outros profissionais e explorar oportunidades de negócio. Existem quatro categorias de sócio com cotas anuais distintas, a saber: estudantes ($25), organizações sem fins lucrativos ($50), indivíduos ($75), empresas ($150).

A FPCBP é membro da Greater Toronto Alliance e da Câmara do Comércio da União Europeia no Canadá. 

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A FPCBP precisa de se concentrar – O processo eleitoral

By Devin Meireles, Fevereiro 1, 2024

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Tenho sentido uma inclinação para escrever algo desde as consequências que advieram da Assembleia Geral da FPCBP (Federation of Portuguese Canadian Business & Professionals) em Junho de 2023. Para quem não sabe, aparentemente tem havido alguma divergência entre os mais velhos que esperavam ser eleitos e os candidatos mais jovens que foram escolhidos durante o processo eleitoral, dos quais me incluo, mas, entretanto, demiti-me da direção.

Concordo que o processo eleitoral deveria ter sido conduzido de forma mais eficiente, padronizado e transparente, mas não posso deixar de sentir que se os papéis se tivessem invertido, o grupo mais jovem não teria recebido o mesmo tipo de consideração. Se se tratasse de uma questão de ética, como foi discutido durante as eleições de 2023, os membros mais velhos da comunidade simplesmente teriam afastado os jovens sem qualquer explicação.

Tal é o hábito do típico português em desconsiderar os jovens enquanto, simultaneamente, reclama que eles não se envolvem. Do meu ponto de vista, esses indivíduos nunca serão felizes a menos que estejam no comando de tudo. O ego é uma força mobilizadora para alguns. É fácil ficar com dor de barriga quando alguém não consegue o que quer, mas sem cooperação as comunidades não têm sucesso. Contudo, a minha impressão não mudou quando entrei nos bastidores como membro da direção. Aparentemente, todos querem ter o poder.

Então lá estava eu, aproveitando a oportunidade de contribuir para a comunidade, honrando o propósito e a intenção da declaração de objetivos da FPCBP, pela qual tive a sorte de ser marcado há muitos anos após ganhar uma bolsa de estudos, sugerindo medidas para a Federação se adaptar a um novo futuro, mas descobri que ser um defensor da mudança foi a parte mais difícil para mim. Parecia que tinha entrado num prédio em chamas sem nenhuma fumaça visível na parte exterior. Aquele calor dentro de uma atmosfera de panela de pressão foi a minha primeira impressão como membro da direção.

A reacção foi exagerada porque nunca pensei que a visão fosse desenraizar as bases que tinham sido estabelecidas, mas sim optimizar a forma como as coisas são feitas para que o futuro possa encontrar um lugar onde se encaixem, como tive a sorte de descobrir por mim mesmo. Sem os jovens, o futuro desmorona-se, mas por alguma razão, alguns dos mais velhos esperneavam e gritavam sem darem uma oportunidade à nova direção. Estávamos destinados ao fracasso. Agora, em retrospecto, entendo algumas das suas reclamações.

No início, a maior mudança foram simplesmente os rostos, mas a direção já tinha visto o apoio financeiro diminuir antes de assumir a posse. Isso foi um pontapé nos dentes e algo desanimador, especialmente tendo em conta que estes patrocinadores eram nossos parceiros há muitos anos. No entanto, isso poderia ter sido o início de um novo começo para a comunidade luso-canadiana. Com toda a honestidade, ainda pode ser.

Da forma como as coisas ocorreram na Assembleia Geral, acho que as pessoas que se aliam a fações estão apenas a traçar um limite: ou são parte do problema ou parte da solução. A forma como essas pessoas reagiram irá diferenciar o lado da discussão que elas apoiam. Infelizmente, não há consenso sobre o método a seguir para o benefício da comunidade e, na minha perspectiva, as coisas só pioraram desde o episódio acima descrito. Optei por não escolher um lado, mas renunciei respeitosamente ao meu cargo diretivo até que possa verificar que há uma visão real e um plano concreto.

A mudança é difícil de aceitar

A mudança é inevitável. A evolução da sociedade empurra-nos constantemente para águas desconhecidas. Temos que afundar ou nadar perante o recondicionamento que reconhecemos ser a nossa identidade. Há cem anos, diriam que o diabo está a conduzir-nos astuciosamente para as águas do inferno. Lúcifer é tão astuto como eles são ilustrativos.

É desde sempre que isto tem vindo a acontecer. Os pais dos nossos pais, e os seus pais, viram coisas extraordinárias que hoje são apenas normais. Basta observar a influência atual da religião, da música rock e da tecnologia. Infelizmente, o mundo gira da mesma forma.

Então porque é que o progresso é tão difícil de aceitar?

Se o futuro é agora, vamos em frente. Algo tem que acontecer e não serão as crianças a fazê-lo. Aparentemente, também não serão os mais velhos.

A ponte para o progresso já não é pavimentada há muito tempo. É preciso que o futuro e o passado se reencontrem. Isso é necessário para uma transferência adequada. Sem este fenómeno, cria-se uma lacuna de comunicação entre gerações que estagna esta aceitação. É isso que confunde os fios cruzados. Assim, tropeçamos coletivamente, adiando o inevitável, até que todos enfrentemos a realidade de para onde caminhamos.

Diga isso ao seu tio Joe que caluniou o Facebook por muito tempo antes de entrar nos seus DMs com gifs de orações todas as manhãs! Se ao menos tivessemos a capacidade de aceitar sem tanta angústia. Mesmo assim, seriam irritantes.

E é isso que atormenta o progresso. Incompreensão e falta de vontade de mudar. Os mais velhos questionam a forma como os jovens fazem as coisas. Dizendo-lhes o que devem fazer. Pisando as suas perspectivas, porém odeiam quando lhes dizem o contrário. A ironia é desconcertante porque ambos os lados não se querem ouvir um ao outro.

Parece que a cada década que passa há sempre controvérsia sobre o rumo das coisas, e com razão, mas se procurarem entender em vez de julgar, poderíamos ser poupados da dor de cabeça provocada por outro sermão do Tio Joe.

O engraçado é que somos mais parecidos uns com os outros do que pensamos ou estamos dispostos a reconhecer. No grande esquema das coisas, existem semelhanças inerentes entre gerações. Temos a tarefa de quebrar o gelo para os que se seguem. Cabe-nos quebrar o mofo do futuro.

O exemplo mais claro são os imigrantes que foram contra a maré em busca de oportunidades no exterior. Eles foram corajosos. Alguns chamaram-nos de loucos. Alguns provavelmente pensaram que tinham o desejo da morte. Olhem agora para esses pioneiros. Eles abriram o caminho e fizeram história. Eles formularam comunidades a partir do zero. Contribuíram para as cidades onde desembarcaram, trabalharam arduamente, construíram infra-estruturas e depois limparam e mantiveram o que construíram. Os seus salários injetaram dinheiro na economia. Eles criaram uma base para prosperar entre si e definir um futuro para os seus filhos. Eles foram os quebras-gelo.

Da mesma forma, enfrentamos hoje outra circunstância de mudança de maré. As pessoas irão falar. As pessoas irão retirar o seu contributo financeiro e reclamar sem quererem saber dos resultados. Os pessimistas querem abafar os visionários. A comunidade finalmente tem um grupo de sangue jovem a assumir a responsabilidade e toda a discussão girou em torno de como o futuro se está a desmoronar sem o apoio desses líderes “apaixonados”. É uma pena. Como o ego pode substituir qualquer pensamento racional.

Então porque é que o progresso é tão difícil de aceitar?

As razões da minha demissão

Se contassemos o sucesso daqueles pioneiros aos oriundos das ilhas há um século atrás, eles provavelmente teriam-nos chamado de loucos. Perfeito exemplo de quão míopes podem ser as cabeças duras. Essa é a falha na comunicação. Esse é o problema.

Se está a ler isto, imploro que ouça ativamente alguém mais jovem e preste atenção ao que ele tem a dizer. Da mesma forma, se você é jovem, ouça alguém mais velho. Procure entender antes de querer ser compreendido. É como estender um ramo de oliveira. Caso contrário, o diálogo entrará em colapso. Vocês perderão a atenção um do outro e nunca concordarão. Se os mais velhos levarem em consideração o progresso que esta direção pretendia implementar, pode-se observar como isso beneficiaria o futuro de uma organização comunitária tão importante.

Imagine se o FPCBP orquestrar um plano estratégico para promover maior sucesso a longo prazo. Imagine adotar uma linguagem estatutária clara para preparar a organização para o futuro e evitar que quaisquer outras assembleias gerais se assemelhem áquela de junho de 2023. Imagine se se definir metas, descrições de cargos, políticas e procedimentos atualizados. Imagine se se trabalhar de acordo com os requisitos legais implementados pelo governo e poder responder adequadamente sempre que algo seja solicitado. Imagine que tudo isto é implementado, e aliado à participaçáo ativa nos eventos comunitários, teremos capacidade de criar mais valor para a adesão entre empresas e profissionais.

Um dos pilares da FPCBP é incentivar a excelência académica e esse será sempre um foco importante. A aprendizagem ao longo da vida é importante para todos. Esse será sempre um dos maiores incentivos para alguém se envolver. A nossa direção executiva tinha perfeita visão do que isso poderia ser. Todos nós temos que tentar coletivamente atingir tal objetivo para o futuro e os mais velhos precisam reconhecer que regredir só nos prejudica.

A ponte para ligar o progresso precisa de ser pavimentada. É preciso que os jovens e os mais velhos se reencontrem. Esse é o método mais prático para uma transferência adequada. Sem tal, assistiremos a uma continuação da lacuna de comunicação que tem atormentado gerações.

Dito isto, demiti-me do corpo diretivo após sentir que os objectivos traçados foram postos de lado. Seis meses após a nossa posse, não havia nenhum plano estratégico, a linguagem dos estatutos não estava definida nem as políticas e procedimentos atualizados, e havia uma aparente falta de foco naquilo que era importante quando começámos. Houve muitas mais partilhas de ideias do que ação e foi isso que me afastou. Talvez tenha faltado a orientação dos mais velhos para permanecermos no rumo certo e cumprirmos as metas a que nos propusemos.

Acho que nada mudou, mas ainda pode haver um momento de mudança. Podemos fazer parte do problema ou parte da solução. Certamente que isto se irá repetir no futuro, quando um golpe abalar os alicerces que foram estabelecidos, mas desta vez poderá ser um período importante para a comunidade luso-canadiana. Os mais velhos têm a responsabilidade de fazer o que é certo para com o seu povo e deixar o passado para trás. Eles precisam de deixar o ego de lado em prol dos melhores interesses de todos. Eles precisam de estar ao lado da nova direção, e de qualquer futuro corpo executivo, para guiá-los e orientá-los para o sucesso, caso contrário, sair do caminho não só dará liberdade aos jovens, mas poderá prejudicar-nos a longo prazo. A FPCBP precisa de se concentrar e evitar distrações que inviabilizem o seu sucesso.

A minha decisão pode fazer parte do problema, e reconheço isso, permitindo a trajetória que o FPCBP está actualmente a seguir; no entanto, optei por apoiá-la em diferentes capacidades, seja como voluntário ou simplesmente defendendo o que é correto. Com o meu tempo, quero voltar a escrever e planeio cumprir os meus objetivos de publicar histórias e artigos. Não me identifico com a política e o egoísmo que acontecem a portas fechadas.

Através desta experiência, percebo que estas coisas não são tão simples como podem parecer. Se o tempo nos ensinou alguma coisa, é que não serão aqueles que procuram os holofotes que se afastarão, mas que os egos devem ser eliminados para a melhoria da comunidade luso-canadiana. Desejo ser altruísta e continuar a apoiar o máximo que puder. A escolha é acompanhar o progresso ou ficar para trás. Independentemente disso, não podemos abandonar o que foi estabelecido há mais de quarenta anos, porque cortar estas organizações comunitárias apenas nos fará dar um tiro no pé. Precisamos de união agora mais do que nunca. O nosso futuro depende disso. Com alguma concentração coordenada e um plano estratégico bem formulado, penso que a FPCBP pode conquistar a oposição, mas tem mesmo que haver concentração.

Sobre o autorDevin Meireles nasceu e cresceu em Toronto, Canadá, onde a sua experiência como membro da diáspora portuguesa afetou-o produndamente. Atualmente, voluntaria-se para promover a sua cultura e retribuir à comunidade. Em 2022, publicou um livro para preservar a sua descendência portuguesa, um romance narrativo não ficcional sobre a imigração dos seus avós para o Canadá. Os seus artigos também foram publicados em revistas literárias e de saúde, e jornais culturais. Além da escrita criativa, ele gosta de adicionar às suas coleções de tatuagens, notas e selos de viagem. A sua profissão insere-se no setor da saúde como líder de operações, onde a sua experiência garante o funcionamento diário com coordenação de alto nível. Reside junto ao Lago Ontário com a sua esposa e o seu cachorro.

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