Arco-Íris

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Data de FundaçãoMaio de 1996

A ASSOCIAÇÃO QUE QUEBROU BARREIRAS

Versão de áudio (disponível apenas em inglês):

Em maio de 1996, o Ontário testemunhou um momento histórico quando a primeira associação representante dos membros LGBTQ da comunidade de língua portuguesa foi formada. Esta organização foi fundada para aumentar a conscientização sobre a homofobia, informar e incutir uma mentalidade de aceitação na comunidade luso-canadiana. Durante o seu apogeu, os sócios e simpatizantes do Arco-Íris eram oriundos de vários pontos da lusofonia, incluindo a Europa, África, Ásia e América do Sul. 

O grupo de fundadores lançou uma base importante para aquela que viria a ser uma das organizações mais proeminentes da comunidade portuguesa na primeira década do novo milénio. Criaram folhetos e cartazes para abordar a homofobia na comunidade, organizaram eventos sociais para os quais todos eram convidados, adquiriram um espaço que serviu de sede, e redigiram uma constituição extremamente inclusiva. Os seus esforços receberam devido reconhecimento quando surgiu a oportunidade de realizarem uma conferência de imprensa na Câmara Municipal de Toronto que contou com a presença de individualidades de distinção e de grande parte da comunicação social local.

Jorge Costa, embora não tenha sido sócio fundador, foi um dos principais proponentes da organização. No início dos anos 2000, junto com outros elementos, foi responsável por muito do trabalho que o Arco-Iris promoveu dentro da comunidade… e foi um trabalho que mudou a vida de muita gente.

“Havia muitos problemas em relação à aceitação dos homossexuais na comunidade portuguesa”, disse-nos Jorge Costa, presidente de longa data, em 2008, durante uma entrevista concedida a Luso-Ontario Magazine. “Vimos que Arco-Íris precisava de ter uma voz ativa na comunidade portuguesa e seníimos que tínhamos de os educar para compreenderem e respeitarem a Carta  d dos Direitos Humanos", adicionou.

Segundo Costa, um dos marcos mais significativos do Arco-Íris foi a sua integração na Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas do Ontário (ACAPO). “A Aliança seria uma força para nós, para participar da Parada, para educar a comunidade. Esse foi um grande passo que o Arco-Iris deu”, lembra Costa e credita José Eustáquio, então presidente da ACAPO, por parte dessa conquista. “O Joe Eustáquio aprovou na hora, mas tivemos que ir a uma reunião (da ACAPO) e fazer uma apresentação. Fomos bem aceites. Houve muitas associações que nos apoiaram”, revelou. 

Jorge Costa

Como consequência dessa conquista, os sócios e simpatizantes do Arco-Íris passaram a receber convites para participar em eventos organizados pelas diversas associações da comunidade. Muitos dos sócios da organização eram heterossexuais. Foi uma época de mudanças positivas na comunidade. 

Na Pride Parade de Toronto, segundo Costa, o carro alegórico do Arco-Íris ganhou um prémio pela sua componente cultural e pela indumentária dos seus participantes, em 2003. Na mesma entrevista concedida a Luso-Ontario Magazine, em 2008, Jorge Costa considerou esta conquista como um dos marcos mais importantes da história da organização.

Entusiasmada com o sucesso, a comunidade LGBTQ de língua portuguesa começou a comemorar o Dia de Portugal no Woody's, um bar localizado na Church Street. Várias entidades participaram nessas comemorações, como foi o caso de João Perestrelo, na altura Cônsul Geral de Portugal em Toronto, entre outros.

“Alguns dos nossos objetivos foram alcançados, mas ainda há muito trabalho a fazer. Há muitas mais barreiras a quebrar”, disparou Jorge Costa. 

Costa foi galardoado com o Prémio de Mérito ACAPO em 2004 e também com um prémio do programa de televisão Gente da Nossa em reconhecimento pelo seu trabalho em prol das comunidades gay e lésbica da comunidade lusófona.

Jorge Costa mudou-se temporariamente para Portugal, o que resultou na interrupção das atividades da associação. Em 2016, regressou a Toronto e reavivou a organização. Um ano depois, Arco-Íris participou na Toronto Gay Pride Parade pela primeira vez em muitos anos. Em 2018, participou na Parada do Dia de Portugal, organizada pela ACAPO, repetindo o feito no ano seguinte, acompanhado pelo grupo Brasileiros LGBT Toronto.

Arco-Íris e Brasileiros LGBT em colaboração

Jorge Costa continua a ocupar o cargo de Presidente, mas espera que a geração mais jovem assuma o cargo. “Estou a envelhecer e tenho alguns problemas de saúde. Gostaria que a geração mais jovem assumisse a associação”, disse a Luso Canada.

Arco-Iris encontra cada vez mais dificuldade em atrair voluntários para realizar o trabalho iniciado há quase três décadas. Embora os esforços da organizam tenham surtido resultados positivos, muitos na comunidade ainda acham difícil assumirem a sua sexualidade, o que torna o papel da organização ainda mportante nos tempos atuais.

Com ficheiros da Revista Luso-Ontário, 2008
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