Prince George

Organizações Comunitárias: Sociedade Cultural Portuguesa de Prince George

POPULAÇÃO DE PRINCE GEORGE: 86,622

ESTATÍSTICAS RELACIONADAS COM OS PORTUGUESES EM PRINCE GEORGE:

COMO LÍNGUA MATERNACOMO MAIS FALADACONHECIMENTO
DA LÍNGUA
NASCIDOS EM PORTUGALORIGEM
ÉTNICA
250
(0.3% da população)
70
(0.1% da população)
315
(0.4% da população)
190
(0.2% da população)
880
(1% da população)
Fonte: Statistics Canada

Versão de áudio (disponível apenas em inglês):

Os portugueses que chegaram ao Canadá na década de 1950 não demoraram a viajar para o oeste em busca de novas oportunidades. Prince George, no norte de British Columbia, foi uma dessas comunidades onde os recém-chegados acabaram por se estabelecer. Aqui, continuaram a celebrar e promover sua cultura e tradições.

Vista aérea de Prince George (https://commons.wikimedia.org/wiki/File:2017-05-05-PrinceGeorge.jpg)

Mikeila Oliveira, uma jovem luso-canadiana que nasceu e reside em Prince George, partilhou connosco um trabalho académico que escreveu em 2021, como estudante de licenciatura na University of Northern British Columbia, sobre a comunidade portuguesa em Prince George. Segue um trecho desse trabalho académico, traduzido para português, que detalha um pouco da história da nossa presença na região:

“No norte de BC (British Columbia), as áreas com maior população portuguesa são os distritos regionais de Fraser-Fort George, Kitimat-Stikine e Bulkley-Nechako. Porque é que os portugueses imigraram milhares de quilómetros para essas áreas remotas do mundo, sob condições climáticas adversas em território desconhecido? "Para uma vida melhor."11 A decisão de iniciarem esta aventura no Canadá não foi fácil, mas de modo a escapar a opressão política do governo fascista de Salazar, e de procurar melhores oportunidades de emprego e financeiras, parece ter valido a pena. 12 Muitos imigrantes embarcaram em navios, desde as suas terras natais, atravessando o Oceano Atlântico até Halifax, ou chegaram de avião a Toronto ou Montreal e depois apanharam o comboio em direção ao oeste. 13 O incentivo para se mudarem do leste para o oeste do Canadá foi motivado pelas promessas de trabalho e melhores oportunidades. 14 Os empregos mais comuns entre os homens recém-chegados eram cargos na construção civil, no trabalho ferroviário na BC Rail e CN Rail, em serralharias ou em fábricas de pasta de papel. A M&M Concrete Finishing foi uma empresa de sucesso de Joaquim (Jack) Santos e Álvaro Terroso. 15 Outros empresários pioneiros incluiem Carlos Santos, que iniciou a PG Custom Woodworks, e a Superior Woodworks & Modern Countertops de John Gomes. 16 Algumas das serralharias que ofereceram emprego a esses primeiros imigrantes incluem Eagle Lake Sawmills, Fort Fraser Sawmill, Fraser Lake Sawmills e Prince George Sawmill. 17 Alguns anos após a chegada do marido a BC, a primeira onda de mulheres imigrantes seguiu-no naturalmente e encontrou emprego em restaurantes, prestando serviços de limpeza, ou eram domésticas. 18 Os serviços que os imigrantes portugueses prestaram à comunidade de Prince George e arredores desempenharam um papel importante na formação da cidade atual. O meu avô, Álvaro Terroso, por exemplo, executou os trabalhos de acabamento de cimento de várias infra-estruturas da cidade. Algumas das mais salientes que vêm à mente são DP Todd Secondary, a University of Northern British Columbia e o Northern Sports Center. Passei inúmeras horas nesses locais, e eles moldaram tremendamente o meu caráter, mas saber que meu avô teve parte na sua construção torna tudo ainda mais especial. À medida que os filhos e netos da primeira onda de imigrantes terminavam os estudos no norte de BC, surgiam melhores oportunidades de emprego. Os portugueses não se estabeleceram aqui apenas para ganhar dinheiro mas também para deixar a sua marca. Na atual Prince George, os portugueses continuam a trabalhar em 'empregos de primeira onda', mas a comunidade também tem professores etnicamente portugueses, agentes da RCMP (Royal Canadian Mounted Police), profissionais de medicina e engenheiros, para citar alguns. ”

Referências anotadas pelo autor:

11 Arlette Santos em discussão com o autor, 7 de abril de 2021.

12 Lucas F. Bruying e Joseph Theodoor, ed., “Fascist Italy and Salazar's Portugal”, in Itália – Europa. 3ª edição. (Atlanta: Edições Rodopi BV, 1990), 102.

13 Catarina Nadalin, Povo de Prince George, (Burnaby: Planet Press, 2017), 98; Álvaro Terroso em discussão com o autor, 10 de abril de 2021.

14 Kathy Nadalin, “De Portugal a Prince George”, O Cidadão de Prince George Novembro 25, 2014.

15 Álvaro Terroso, 10 de abril de 2021.

16 Carlos e Betty Santos em discussão com o autor, 7 de abril de 2021.

17 Catarina Nadalin, Povo de Prince George, 99.

18 Álvaro Terroso, 10 de abril de 2021. Oliveira 4

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