Manitoba

Comunidades: Winnipeg - Thompson

POPULAÇÃO DE MANITOBA: 1,386,000

ESTATÍSTICAS RELACIONADAS COM OS PORTUGUESES EM MANITOBA:

COMO LÍNGUA MATERNA	COMO MAIS FALADA	CONHECIMENTO DA LÍNGUA	NASCIDOS PORTUGAL	ORIGEM ÉTNICA
6,585 O.5% da população	2,800 (0.2% da população)	8,460 (0.6% da população)	4,380 (0.3% da população)	14,540 (1.1% da população)

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PERFIL DA COMUNIDADE EM MANITOBA

Para um perfil completo dos portugueses em Manitoba das décadas de maior crescimento e consolidação da comunidade (1960 a 1990), consulte o trabalho compilado e escrito por Agostinho Bairos, ex-Consultor Comunitário da Secretaria de Multiculturalismo de Alberta e ex-diretor da Associação Portuguesa de Manitoba:

Um perfil da comunidade portuguesa em Manitoba

Nota: publicado com o consentimento do autor

COMUNIDADE VIBRANTE COM WINNIPEG COMO CENTRO

Versão de áudio (disponível apenas em inglês):

Os primeiros portugueses que chegaram ao Canadá estabeleceram-se principalmente no Ontário, Quebec e British Columbia. Aqueles que se aventuraram pelo oeste do Canadá trabalhavam principalmente na Canadian National Railway ou na agricultura. Os que trabalhavam no campo, eram demitidos temporariamente no inverno e, como consequência, procuravam emprego e alojamento nas cidades mais próximas. Foi assim que os primeiros luso-canadianos chegaram a Winnipeg e, mais tarde, se espalharam por toda a Província de Manitoba, especialmente na parte norte, para trabalhar nas minas.

As décadas de 1950 e 60 testemunharam a chegada de alguns portugueses a Manitoba. Os números cresceram à medida que os pioneiros, que eram principalmente homens, chamavam as suas famílias e continuaram a ter mais filhos. A década de 1970 conheceu o maior crescimento de imigração vinda de Portugal, seguido por um lento declínio no início dos anos 80 e, novamente, um número mais elevado no final dessa década. A década de 1990 assistiu a um lento afluxo de portugueses e, no novo milénio, foram poucos aqueles chegaram aqui de Portugal.  

Winnipeg sempre foi o principal destino dos portugueses que procuravam estabelecer-se em Manitoba. O Censo Canadiano de 2016 revela que há quase treze mil residentes na cidade que consideram Portugal a sua origem étnica, dos quais pouco mais de quatro mil nasceram no velho país. Estes números, quando contrastados com os totais da província (14,540 que consideram Portugal a origem étnica e 4,380 que nasceram em Portugal), evidenciam claramente que a grande maioria dos luso-canadianos que residem na província se instalaram em Winnipeg.

Há, no entanto, uma cidade no norte de Manitoba que já ostentou uma significativa população portuguesa: Thompson. Esta cidade, localizada a sensivelmente oitocentos quilómetros a norte de Winnipeg, foi outrora uma próspera região para a extração do minério. Consequentemente, atraiu várias etnias para a área, incluindo os portugueses. Aqui já funcionou uma escola de português, fundada por Joaquim Lima e dirigida pela professora Fernanda Magalhães, e foram realizados encontros de fim-de-semana num local da cidade que se tornou numa espécie de associação portuguesa. Em Thompson, a comunidade celebrou ainda a Nossa Senhora de Fátima, a cada dia 13 de maio, na Igreja Católica Romana de St. Lawrence. Atualmente, a comunidade luso-canadiana de Thompson é cada vez mais reduzida.

Em Winnipeg, a história é completamente diferente. Aqui, a comunidade vem prosperando desde a década de 1960. O movimento associativo começou em 1966 com a fundação da Associação Portuguesa de Manitoba, uma organização que continua a ser a mais significativa da comunidade, oferecendo diversas oportunidades aos luso-canadianos locais de participarem em eventos culturais, sociais, e desportivos. A organização foi a primeira a ter um pavilhão a representar Portugal no distinto Folklorama, uma iniciativa municipal que dá a conhecer as várias culturas existentes na cidade.

A década que se seguiu testemunhou um movimento associativo de relevo na comunidade. Começou em 1973 com a formação da Banda Lira de Fátima, formada na igreja da Imaculada Conceição, que é a paróquia mais frequentada pelos portugueses na cidade. A igreja pegou fogo em 1978, levando a comunidade a reconstruir uma nova, inaugurada em 1980.

A Casa do Minho foi fundada em 1974 e rapidamente se tornou uma organização dinâmica e ambiciosa. Para além de grupos de ranchos folclóricos, equipas de futebol e a realização de vários eventos culturais e sociais, a organização integrou o Folklorama em 1982 e continua, até hoje, a representar Portugal com um pavilhão todos os anos.

Um grupo de açorianos sentiu que a sua comunidade não estava bem representada em Manitoba e decidiu fundar a Casa dos Açores de Winnipeg, em 1992. A organização mantém-se dinâmica e continua servir a comunidade até aos dias de hoje.

Embora Winnipeg seja o epicentro da comunidade portuguesa em Manitoba, existem outros marcos na província que se tornaram muito portugueses. Um deles é o Parque Português, originalmente adquirido pela Associação Portuguesa e localizado no município de Saint Laurent, às margens do Lago Manitoba. A outra é Winnipeg Beach, um local que se tornou um favorito dos luso-canadianos da região (veja um documentário sobre Winnipeg Beach aqui).

Curiosamente, os portugueses também deixaram uma marca em Churchill, a cidade mais a norte da província. Churchill, cidade que é conhecida como a Capital do Urso Polar do Canadá, já acolheu um famoso estabelecimento comercial chamado Gypsy's Bakery, que era da propriedade de uma família portuguesa. Ainda estamos à procura de uma oportunidade de contar essa história. Se nos puder ajudar, ou conhece alguém que o possa fazer, contate-nos.

Embora não seja a maior do Canadá, a comunidade portuguesa de Manitoba é certamente uma das mais dinâmicas e vibrantes. A sua concentração na cidade de Winnipeg ajuda a causa, mas o compromisso de muitos membros da comunidade não pode ser ignorado. Aqui, pode deleitar-se com os aspectos culturais do nosso património, como também visitar e desfrutar dos vários estabelecimentos comerciais que nos carregam para mais perto do velho país.

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