Woodstock

POPULAÇÃO DE WOODSTOCK: 40,902

ESTATÍSTICAS RELACIONADAS COM OS PORTUGUESES EM WOODSTOCK:

COMO LÍNGUA
MATERNA
COMO MAIS
FALADA
CONHECIMENTO
DA LÍNGUA
NASCIDOS
PORTUGAL
ORIGEM
ÉTNICA
325
(0.8% da população)
105
(0.3% da população)
445
(1.1% da população)
255
(0.6% da população)
915
(2.2% da população)
Fonte: Statistics Canada

Uma pequena comunidade que ousou sonhar

Peça baseada num artigo escrito por Paulo Pereira, em 2008, para Luso-Ontário Magazine

Versão de áudio (disponível apenas em inglês):

Foram várias as fontes que nos indicaram que Woodstock albergava um número razoável de portugueses. Soubemos ainda que ali já existiu um clube português, sediado num prédio fora da cidade, a sul da autoestrada. Queríamos saber. Por isso, fomos à procura de resposta.

Fomos consultar a velha lista telefónica da área e começámos a ligar para pessoas cujos sobrenomes nos pareciam portugueses. Ligámos aos Ferreiras, aos Fernandes, aos Carvalhos, aos Melos... Porém, não houve uma única pessoa que nos fosse capaz de informar acerca acerca do estado atual do clube português e nem da sua localização. Entrámos, por este método, em contato com algumas senhoras, viúvas, que nos foram avisando que os maridos frequentavam o clube, mas que já não sabem o que é feito dessa associação. Instigadas acerca da sua localização, informaram que tinham uma vaga ideia, mas que não sabiam ao certo.  

Câmara Municipal de Woodstock

Foi na cidade de London que alguém nos avisou que o proprietário da padaria Baker’s Dozen, em Woodstock, era português. Não hesitámos. Porem, ao passar pelo local, uma das empregadas avisou-nos que os donos se encontravam fora. Saímos desapontados, mas prometemos telefonar.

Já de regresso a casa, tentámos o telefonema e, do outro lado da linha, uma voz com uma leve pronúncia portuguesa atendeu-nos em inglês. Era Nélia Soares, co-proprietára do estabelecimento. Começou por nos dizer que quando ali chegou, em 1975, encontrou alguns portugueses. A comunidade foi-se envolvendo no campo associativo e formou um clube português, na altura ainda sem sede própria. "As festas eram feitas em salões alugados. Faziam-se quatro festas por ano e vinha muita gente de outras cidades. Era sempre muita gente," começou por nos dizer, para depois lamentar: "As pessoas que dirigem o clube cansam-se e não querem mais aquilo. Dá muito trabalho. A comunidade não é muito grande, mas se todos se juntassem dava para fazer festas bonitas."

A comunidade acabou por comprar uma sede que, porém, não foi do agrado de todos. "Muitos não gostaram da casa que se comprou e puseram-a à venda. Todas as sextas-feiras, ia lá gente para jogar as cartas," disse Nélia Soares.

Esta informação ajudou-nos a dar um passo importante para entrarmos em contacto com os responsáveis ​​pelo clube português. Numa tarde de sexta-feira, galgámosa a autestrada 401 em sentido de Woodstock com o intuito de encontrar alguém no clube. Quando chegámos, as portas da propriedade estavam abertas, mas as do prédio estavam fechadas. O sol punha-se sobre a autoestrada. Resolvemos esperar. Andámos em redor do prédio, gritámos olás, mas ninguém respondeu. Quando já era suficientemente tarde para termos a certeza de que ninguém se aventuraria ao local àquela hora da noite, decidimos regressar a casa com um sentimento de derrota. Voltámos outro dia, mas encontrámos o mesmo cenário. Repetímos o processo mais algumas vezes, mas nunca conseguimos encontrar alma viva na propriedade. 

Todas as histórias têm os seus mistérios. Esta não foge à regra. Porém, ainda esperamos resolver o mistério. Se nos puder ajudar, contate-nos.

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