Edmonton

Organizações Comunitárias:

Portuguese Canadian Multicultural Society * Centro Cultural Português

POPULAÇÃO DE EDMONTON: 1,519,000

ESTATÍSTICAS RELACIONADAS COM OS PORTUGUESES EM EDMONTON

COMO LÍNGUA
MATERNA
COMO MAIS
FALADA
CONHECIMENTO
DA LÍNGUA
NASCIDOS
PORTUGAL
ORIGEM
ÉTNICA
4,630
(0.3% da população)
1,915
(0.1% da população)
6,100
(0.4% da população)
2,575
(0.2% da população)
10,710
(0.7% da população)
Fonte: Statistics Canada

UMA COMUNIDADE DINÂMICA EM RENASCIMENTO

Versão de áudio (disponível apenas em inglês):

A imigração portuguesa para o Canadá começou oficialmente em 1953, quando o navio Saturnia atracou em Halifax com 69 conterrâneos a bordo. Os anos que se seguiram viram milhares de outros chegarem e se espalharem por este vasto país. Não demorou muito para se estabelecerem no oeste do Canadá, seja em grandes centros urbanos ou em áreas rurais de Alberta e de British Columbia. Edmonton, embora não tenha sido o destino inicial da maioria naquela época, testemunhou o influxo de muitos dos portugueses que aqui chegaram durante a década de 1950 e os anos que se seguiram.

De acordo com o site da principal paróquia católica portuguesa de Edmonton, a igreja de Nossa Senhora de Fátima, havia quarenta e quatro pessoas que imigraram de Portugal para Alberta entre 1948 e 1956, seguidas de 236 em 1957. Destas, 116 trabalharam na CN Rail e tornaram-se os pioneiros da comunidade portuguesa em Edmonton. A primeira celebração comunitária ocorreu em 1971 com a procissão inaugural de Nossa Senhora de Fátima na Escola do Sagrado Coração e, um ano depois, foi celebrada a primeira missa em português na Igreja do Sagrado Coração, que deu início à Missão Portuguesa de Edmonton. Em 1979, a comunidade fez o último pagamento da hipoteca da igreja atual. (Fonte: https://ourladyoffatima.caedm.ca/about/history/, último acesso em 18 de agosto de 2022).

Em Edmonton, a comunidade estabeleceu-se no centro da cidade. O que aconteceu a seguir é semelhante ao que ocorre em outras grandes cidades do Canadá: tendemos a seguir os italianos. Virgílio Lopes, que chegou a Edmonton em 1978, recorda que encontrou aqui uma grande comunidade portuguesa. “Quando cheguei a Edmonton, a zona portuguesa era a baixa. O que aconteceu é que os italianos foram embora e os portugueses compraram casas lá. Os portugueses continuaram a seguir os italianos”, disse durante uma conversa realizada em maio de 2022.

Vista de Edmonton (Imagem de David Mark da P)

Virgílio Gonçalves Lopes, que é o atual vice-presidente do Centro Cultural Português local, chegou ao Canadá no inverno de 1977 para trabalhar na quinta de uma tia que morava no sul da British Columbia, junta da fronteira com os Estados Unidos da América. Depois de reconhecer a escassez de oportunidades de trabalho na área, Vírgiilio Lopes seguiu o conselho de um amigo e mudou-se definitivamente para Edmonton quatro meses depois. “Vim para um lugar perto dos Estados Unidos chamado Oliver. Eu tinha uma tia. Trabalhei nas quintas durante quatro meses, mas não havia indústria lá na época. Um amigo veio passar o Natal e o Ano Novo [connosco] e perguntou-me se eu queria ir para Edmonton, que havia lá muito trabalho. Eu vim [para Edmonton] a 8 de janeiro de 1978. Cheguei e, no dia seguinte, comecei a trabalhar. Havia muitos portugueses, principalmente da região das Beiras e do Minho. Não era só haver muitos portugueses, mas também muitos deles estavam envolvidos na comunidade. Naquela época era diferente”, lembrou Lopes.

Naquela época, a comunidade já estava bem servida em termos de organizações sociais e culturais, bem como em estabelecimentos que serviam os luso-canadianos que ali residiam, como conta Virgílio Lopes: “Naquela época tínhamos dois ou três cafés portugueses, tinha uma igreja pequena, depois tivemos uma creche e uma associação – Associação Portuguesa de Edmonton – mas ambas fecharam em meados dos anos oitenta. Tínhamos dois restaurantes pequenos, mas depois tivemos um restaurante grande, um bom restaurante. Chamava-se Spago. Maria Nobre e Joaquim Nobre eram os proprietários. A Maria teve problemas de saúde e eles fecharam e voltaram para Portugal. O Joaquim, infelizmente, já faleceu. Tínhamos também duas equipas de futebol, grupos folclóricos e uma filarmónica.” Recentemente, o restaurante tradicional “A Taverna”, propriedade de Elza Silva e Fernando Silvado, e o café Pardal também fecharam as portas.

Atualmente, a comunidade é servida pelo sofisticado restaurante Sabor Divino, localizado no centro da cidade, e pela Charcutaria Micaelense, estabelecimento que se divide em supermercado, restaurante e bar. Há também uma série de padarias que incluem The Portuguese Canadian Bakery, Handy Bakery e Popular Bakery.

A Escola Portuguesa Gil Vicente é uma das organizações mais antigas ao serviço da comunidade de Edmonton. Fundada no longínquo ano de 1971, atualmente oferece aulas para crianças e adultos, começando com a idade pré-escolar. No início dos anos 80, atingiu o pico com 200 alunos matriculados mas, ao longo dos anos, tem conseguido manter uma média de 100 alunos (fonte: gilvicenteedmonton.com/ourschool, último acesso em 17 de agosto de 2022).

Foi durante a década de oitenta que ocorreu um grande movimento comunitário. O Rancho Folclórico Caravela – Português foi fundado em 1986 e, um ano depois, surgiu a Portuguese Canadian Multicultural Society (PCMS), que acabou por abrigar o grupo folclórico recém-formado. A organização tornou-se no centro cultural e social da comunidade durante a década que se seguiu, até que outro grupo foi fundado por volta da viragem do milénio. Foi no PCMS que elementos do rancho folclórico Caravela formaram um grupo para representar a região do Minho. Eventualmente, este novo rancho acabou por se separar da organização original e formou uma associação inteiramente nova, fundada oficialmente em 1997 sob o nome de Centro Cultural Português. Esta organização sofreu, recentemente, mudanças significativas que lhe permitiram ganhar um estatuto de relevo na comunidade portuguesa de Edmonton.

Atualmente, a comunidade portuguesa de Edmonton está a testemunhar um renascimento. O trabalho das organizações locais e o elevado envolvimento dos membros da comunidade após o fim da pandemia, são indicações claras desse fenómeno. A mais nova geração de luso-canadianos continua a mostrar interesse na sua cultura e tradições e a desempenhar vários papéis de liderança nas associações comunitárias locais. Este é sinal de uma duradoura sustentabilidade e manutenção do nosso património.

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