Associação Migrante de Barcelos Community Centre

Data de Fundação:28 de outubro de 1998
Endereço: 2079 Dufferin Street
Toronto, Ontario
M6E 3R3
Telefone:416-652-6354

A ORGANIZAÇÃO MINHOTA MAIS JOVEM EM TORONTO

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Versão de áudio (disponível apenas em inglês):

Um grupo de Barcelenses, orgulhosos das suas raízes e com o desejo de promover o concelho com maior número de freguesias em Portugal, reuniu-se em 1998 para discutir a formação de uma associação.  O registo indica 28 de outubro de 1998 como a data oficial da sua fundação.  Carlos Miranda, um veterano do movimento associativo em Toronto, foi o principal impulsionador do projeto.  

Tal como ocorreu em muitas outras associações portuguesas no Ontário, o futebol foi a actividade inicial promovida pela AM Barcelos. Uma equipa sénior masculina foi formada e, em 1999, entrou num campeonato de futsal local. Apesar de não ter alcançado o sucesso desportivo que se esperava, esta iniciativa serviu para unir os moradores de Toronto oriundos de Barcelos.

Carlos miranda

A 5 de dezembro de 1999, os sócios da AM Barcelos elegeram, durante um evento que teve lugar na Casa da Madeira, uma Comissão Administrativa temporária presidida por Carlos Miranda.  O interesse dos seus associados foi de tal forma elevado que obrigou o levou a administração a alugar, em março de 2000, a Dovercourt House como sua primeira sede oficial.  Foi aqui que a associação deu passos gigantes em direção a um futuro repleto de sucessos nas áreas social, cultural e desportiva.

Na Dovercourt House, a associação cresceu em todas as vertentes da palavra, resultando no lançamento de projetos arrojados. O rancho folclórico foi aqui criado, embora as suas fundações já tivessem sido discutidas na reunião inicial da Comissão Administrativa. Foi também aqui que se realizou a primeira Assembleia Geral para eleger a primeira Direção Executiva. Carlos Miranda tornou-se no primeiro presidente da história da organização após eleições que ocorreram no primeiro ano do novo milénio.

Após este passo importante, os sócios da AM Barcelos concordaram em adquirir sede própria, uma transação que foi facilitada pela então diretora e corretora de imóveis, Maria Vieira. Foram necessárias obras de restauração significativas, mas o trabalho foi concluído em tempo recorde com a ajuda dos sócios e amigos da organização.    

Cantadeiras durante uma atuação do rancho folclórico

Esta iniciativa levou a um enorme crescimento, que foi aclamado e celebrado pela comunidade portuguesa em Toronto.  Foi com certo ceticismo que alguns acolheram uma nova associação numa altura em que muitas outras lutavam para sobreviver.  No entanto, os barcelenses e amigos conseguiram criar um tremendo movimento de apoio que transformou a AM Barcelos numa organização de relevo, tanto cultural como socialmente. 

Como resultado desta vitalidade, novas atividades e projetos foram lançados. O rancho folclórico tornou-se membro da Federação Portuguesa de Folclore e, até à data, é apenas um de três em toda a América do Norte. Entre outras iniciativas, destaque vai para a formação de um rancho folclórico infantil, de uma escola de instrumentos tradicionais, e de um grupo de cantadores que, mais tarde, gravou o seu próprio disco. Durante alguns anos, a associação ofereceu ainda aulas de português e instrução de artes marciais. 

Ainda durante os primeiros cinco anos de existência, a AM Barcelos foi reconhecida pela Câmara Municipal de Barcelos como sua representante oficial em Toronto e o Gil Vicente FC concedeu à associação a distinção de afiliada nº 1 do mundo.

Se a primeira década tornou-se numa história digna de ser contada por gerações, a associação eventualmente acabou por cair em algumas dificuldades,. Os sócios começaram a perder o interesse, foi-se tornando cada vez mais difícil de criar um executivo e, como consequência, durante largos anos, temeu-se que a AM Barcelos estava destinada a fechar as portas. Durante algum tempo, uma Comissão Administrativa governou os seus assuntos até que Paula Barbosa foi eleita Presidente. Durante o seu mandato, Barbosa fez um trabalho notável na recuperação financeira da organização e preparou o futuro para as direções que se seguiram. Quando o atual presidente, Vitor Santos, assumiu a presidência, AM Barcelos apresentava um balanço positivo. 

AM Barcelos na Parada de Portugal, em Toronto

Vítor Santos deu continuidade ao trabalho dos seus antecessores, mas também soube dar uma nova vida à associação. O grupo folclórico, embora sempre ativo ao longo dos anos, começou a ganhar uma nova vida e a adesão voltou em massa. Os eventos voltaram a se popularizar e a organização reconquistou sua posição como uma das mais dinâmicas da comunidade. 

Recentemente, a Moto Galos, uma filial da AM Barcelos que reúne os entusiastas do motociclismo no intuito de angariar fundos para várias causas enquanto circulam pelas ruas do Ontário, é outra iniciativa que tem testemunhado um enorme sucesso.

O Gil Vicente FC de Toronto é a mancha maior num registo quase imaculado desta associação. Divergêngcias entre o Diretor Desportivo e o Executivo levou a equipa de futebol a separar-se da associação. O clube é agora uma entidade separada chamada Academia do Gil Vicente FC de Toronto. No entanto, embora o Gil Vicente FC de Portugal tenha reconhecido a nova organização como sua afiliada oficial em Toronto, a AM Barcelos ainda possui documentação que lhe confere o estatuto original, mas parece ter abandonado a intenção de lutar pelo estatuto que lhe foi inicialmente concedido pouco depois da sua fundação. 

Vítor Santos, o atual presidente, parece ter dado uma nova vida à associação. Como resultado, o seu dinamismo e vitalidade foram restabelecidos e o futuro da organização parece estar em boas mãos. 

Com ficheiros da Revista Luso-Ontário, 2008
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Festival Internacional de Folclore “Galo” Inaugurado em 2003

Por ocasião do segundo aniversário do seu rancho folclórico, o Centro Comunitário da Associação Migrante de Barcelos organizou, em 2003, o primeiro festival internacional de folclore da comunidade portuguesa, convenientemente batizado de “Galo”, o símbolo de Barcelos. O evento, que contou com grupos do Canadá e dos Estados Unidos da América, ocorreu no dia 29 de março no Lithuanian Hall, em Toronto. Embora todos os grupos representassem Portugal à exceção de apenas um, foram várias as etnias representadas nas edições seguintes.

O Rancho Folclórico AM Barcelos foi fundado em 2001, três anos após a formação da sua organização mãe. O grupo depressa reuniu importantes apoios de entidades de relevo, como foi o caso da Federação Portuguesa de Folclore, a Câmara Municipal de Barcelos e o Grupo Folclórico de Barcelinhos (Barcelos, Portugal). No primeiro ano de funcionamento, o Rancho Folclórico da Associação Migrante de Barcelos tornou-se membro da Federação Portuguesa de Folclore, com grande honra mas também com responsabilidades acrescidas por ser, na altura, um dos poucos grupos membros a operar no Canadá.

Liderado por uma direção dedicada e versátil, o grupo tornou-se facilmente uma referência na comunidade portuguesa da área metropolitana de Toronto. Assim, o lançamento do festival internacional de folclore, apesar de inovador, não surpreendeu ninguém. Carlos Miranda, então vice-presidente para a Cultura e ensaiador do rancho, foi o coordenador da iniciativa. Formou uma comissão para a organização do evento que incluía Graça Pereira, Remigio Pereira, Martinho Rodrigues, Lucy de Oliveira, António Pinheiro, Rosa Pinheiro, Artur Moreira, Abilio Pereira, Nancy de Oliveira, Manuel Oliveira e Adérito Fernandes.

O evento começou com a apresentação dos ranchos folclóricos convidados, que desfilaram no palco. Foram eles: Rancho Folclórico da Associação Migrante de Barcelos, Rancho Folclórico da Nazaré (o mais antigo do Canadá), Rancho Etnográfico da Casa do Alentejo, Rancho Foclórico da Associação Cultural do Minho, Rancho Folclórico da Casa da Madeira, Rancho Folclórico Os Amigos de Peniche , Rancho Folclórico A Eira (Estados Unidos da América), e um grupo ucraniano, que veio de Otava, chamado Poltava Ucraniano Dance Company.   

O grupo da casa abriu o espetáculo com Malhão de Entradae depois apresentou Valentim, Lima de Goiás, Malhão de Roda e, por fim, Vira da Despedida. Seguiram-se os seus convidados, todos com particularidades únicas não só no que diz respeito aos trajes como também às danças. 

Diversas personalidades marcaram presença no evento, inlcuindo a futura Presidente da Câmara Barbara Hall, José Eustáquio e Rosa de Sousa da Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas do Ontário, a futura Vereadora Ana Bailão, o Deputado Federal Mário Silva, António Pereira da Federação Portuguesa de Folclore, a então Conselheira Escolar Nellie Pedro, João Dias da Local 183, o Ministro da Cidadania de Ontário, Carl de Faria, e Licinio Silva, Presidente da Associação Migrante de Barcelos.

No final do evento, cada grupo foi presenteado com uma fita a assinalar a sua participação no festival e com réplicas do tradicional Galo de Barcelos.

A iniciativa foi um sucesso tão grande que, em 2005, o evento foi realizado no Gerry Gallagher Hall da LiUNA Local 183, que tem capacidade para mais de mil pessoas. Esta edição foi particularmente especial porque incluiu grupos de várias regiões do globo, a saber: Axe-Girlsde Angola, Folklore Inca Peruvian Folk Dance Groupdo Peru e Candra Kirana Indonesian Folk Dance Groupda Indonésia. Os Tradicionaisdo Clube Português de Londres e o Rancho Folclórico da Escola Portuguesa do Clube Transmontano, de Toronto, também participaram, para além do rancho anfitrião.

A Associação Migrante de Barcelos viveu alguns anos de instabilidade a nível diretivo, o que levou à eventual interrupção do festival. Agora que a organização recuperou a estabilidade, há esperança de que o “Galo” possa um dia ressurgir. 

Nota: Artigo escrito em 2023

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