Pioneirismo e Integração

Os pioneiros que aqui chegaram nos anos cinquenta, abriram caminho para milhares de outros portugueses que decidiram imigrar para o Canadá. Embora eles tenham sido os responsáveis ​​por iniciar este movimento que mudou a vida de muitas famílias, assim que se estabeleceram no país de acolhimento, outro tipo de pioneirismo ocorreu: a adaptação, integração e contribuição para sociedade em geral a vários níveis de aptidão e responsabilidade; a preservação e promoção do nosso património.

Esta página pretende homenagear e reconhecer aqueles que causaram impacto na sociedade canadiana, e aqueles que contribuíram para a evolução da comunidade portuguesa e para a preservação e promoção do nosso património.

É importante reconhecermos que existem dois tipos de portugueses: os que vieram de Portugal e aqueles que nasceram no Canadá de descendência portuguesa. Embora partilhem muitas semelhanças, são também distintamente diferentes. Na realidade, mesmo aqueles que aqui chegaram quando eram crianças, jovens e até adultos, já se diferenciam do típico português que vive em Portugal. Nesta página, pretendemos celebrar tanto as contribuições de todos os portuguesese e luso-descendentes como também as suas diferenças. É a evolução de um processo progressivo - e positivo - que já não podemos controlar. Resta que a celebremos.

Assim que decidimos emigrar, passamos a fazer parte de dois mundos que, no nosso caso, estão separados por um gigante oceano. De repente, descobrimos que pertencemos a esses dois mundos mas, ao mesmo tempo, não pertencemos a nenhum. Nas palavras de António Variações, é como sentir que “só estou bem onde não estou…”. É, de facto, muito difícil de nos desapegarmos das coisas que nos são familiares e também muito difícil de nos adaptarmos a coisas que não conhecemos. Como imigrantes ou descendentes de portugueses, entendemos perfeitamente esse fenómeno. E embora sejamos forçados a nos separarmos de muitas facetas que fazem parte do nosso passado, também é verdade que temos poder suficiente para celebrarmos aqueles elementos que merecem ser preservados.

Como a nossa pesquisa não é científica, estamos cientes que, de vez em quando, podemos publicar informação incorreta ou incompleta. Lusocanada.com é um projeto que pretende envolver todos os luso-canadianos e crescer com o conhecimento e experiência de cada um. Como tal, a sua contribuição com novo material ou a sua correção do nosso conteúdo é crucial para o desenvolvimento e a integridade do projeto. Se errarmos, informe-nos e agiremos em concordância. Se, por outro lado, tiver algo a contribuir, estamos ansiosos e preparados para receber o seu contributo.

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Artigos (clique abaixo para ir para o artigo desejado):

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Marie-Josephe Angélique - escrava nascida na Madeira e acusada de queimar Old Montreal

Marie-Josephe Angélique foi uma escrava na Nova França (Quebeque) que ficou famosa por supostamente queimar parte da atual Velha Montreal. Nascida na Madeira, Portugal, por volta do ano de 1705, foi vendida ainda jovem a um flamengo chamado Nichus Block, o qual foi o responsável por trazê-la para a América do Norte.

Marie-Joseph estabeleceu-se inicialmente na Nova Inglaterra, mas foi posteriormente vendida ao francês François Poulin de Francheville, que a trouxe para Montreal como escrava. A sua responsabilidade principal era de trabalhadora doméstica na residência de Franchehville, mas ocasionalmente também ajudava nas tarefas agrícolas.

Angélique teve três filhos do mesmo pai, Jacques César, ele próprio um escravo negro, que pertencia a um amigo de Francheville. Não se sabe se estavam apaixonados ou se foram obrigados a procrear, pois, naquela época, os filhos de escravos passavam a ser propriedade dos seus donos. O que se sabe é que os seus três filhos não viveram muito tempo: um menino, nascido em 1731, viveu apenas um mês e gêmeos, nascidos em 1732, não chegaram a completar cinco meses de idade.

A morte de François Poulin de Francheville, em 1733, resultou numa uma série de eventos que acabariam por selar o destino de Angélique e torná-la numa figura histórica de extrema relevância. Enquanto Madame Francheville se ocupava com os negócios do seu falecido marido em Trois-Rivieres, situada a norte de Montreal, o seu cunhado, Alexis Moniere, ficara responsável por Angélique que, entretanto, havia iniciado um relacionamento amoroso com um criado branco chamado Claude Thibault. Angélique e Thibault viram a ausência de Francheville como uma oportunidade de fugirem para a Nova Inglaterra, mas era inverno e as condições climáticas forçaram-nos a procurar esconderijo numa quinta em Châteauguay. Foram eventualmente capturados algumas semanas depois e levados de volta para Montreal, onde Thibault foi preso e Angélique foi devolvida à sua dona.

Marie-Joseph Angélique tinha adquirido a fama de rebelde e era considerada muito difícil de controlar. Madame Francheville, portanto, não a puniu, pois também pretendia vendê-la a François-Etienne Cugnet, um ex-associado do seu falecido marido. Angélique pressentiu que seria vendida, mas quis ficar, provavelmente por causa de seu envolvimento romântico com Claude Thibault. No entanto, Madame Francheville já havia concluído a transação, o que irritou ainda mais Angélique que, supostamente, começou a sussurrar ameaças de fugir novamente.

Foi na sequência deste episódio qu,e às sete horas da noite de sábado, 10 de abril de 1734, ocorreu um incêndio na casa de Madame Francheville, localizada no lado sul da Rue Saint-Paul. O incêndio destruiu um hospital, uma igreja e quarenta e cinco casas.

A Irmã Véronique, freira na igreja junto ao local do incêndio, descreveu o incêncio da seguinte forma no seu diário:

“No dia 10 de abril [1734], enquanto tudo estava muito calmo e nossos pensamentos se encontravam distantes da possibilidade de um acidente fatal, às 7 da noite durante o nosso tempo de lazer, ouvimos um grito de fogo. Na altura, todos nos levantamos para ver onde era. Avistámo-lo numa casa vizinha. Corremos para conter o fogo, mas o Senhor não permitiu que o conseguíssemos. Todos se refugiaram na nossa igreja, pensando que seríamos poupados ao fogo, mas as chamas subiram tão ardentemente em direção à igreja, que ficava do outro lado da rua das casas que estavam em chamas, que depressa nos vimos encurralados”.

Angélique foi imediatamente acusada de atear fogo à casa. O boato foi baseado nas seguintes suposições: Angélique queria criar uma distração para fugir novamente; Marie-Manon, uma jovem escrava que era amigo de Marie-Joseph, comentou ter ouvido Angélique dizer que a sua dona não dormiria mais uma noite em sua casa. Consequentemente, Angélique foi presa, acusada e julgada em Montreal. O julgamento durou cerca de seis semanas, após o qual foi declarada a seguinte sentença:

“E tudo considerado, declaramos a referida acusada, Marie Joseph Angelique suficientemente culpada e condenada por ter incendiado a casa de Dame Francheville causando o incêndio de uma parte da cidade. Pelo que a condenamos a fazer reparações honrosas Despida, com um laço no pescoço e carregando nas mãos uma tocha flamejante de duas libras diante da porta principal e entrada da igreja paroquial desta cidade para onde ela será levada e Conduzida, pelo carrasco do Supremo Tribunal, numa Carroça usada para lixo, com uma inscrição Frente e Verso, com a palavra Incendiária, E ali, de cabeça descoberta, E de joelhos, declarará que ela maliciosamente ateou fogo E Provocou o Dito Incêndio, do qual Se arrepende E Pede Perdão à Coroa e à Corte, e isto feito, terá o seu punho Cortado Em uma estaca Erguida em frente à Dita Igreja. Em seguida, ela será conduzida pelo referido Carrasco na mesma carroça ao Lugar Público para lá ser amarrada à estaca com manilhas de ferro e queimada viva, seu corpo então reduzido a cinzas e lançado ao vento, seus pertences levados ao e detidos pelo Rei, tendo a referida acusada sido previamente submetida a torturas ordinárias e extraordinárias para que ela revelasse os seus cúmplices.”

Como era normal na época, a sentença foi automaticamente apelada para o Conselho Superior, na cidade de Quebec, onde Angélique foi novamente julgada e considerada culpada, mas desta vez com algumas mudanças na sentença original: ela não teria mais a mão cortada e não seria queimada viva, mas enforcada, queimada após a sua morte, e as cinzas espalhadas ao vento.

Embora Angélique tenha confessado, depois de terem quebrado as suas pernas, que era culpada do crime, muitos historiadores argumentam que ela era inocente, enquanto outros sustentam que ela cometeu o crime. Aqueles que defendem a sua inocência afirmam que Marie-Manon foi quem acidentalmente ateou o fogo enquanto cozinhava e depois aproveitou-se da reputação de Angélique para culpá-la pelo crime.

Marie-Josephe Angélique tornou-se tema de muitas publicações, que incluem o relato verídico do seu julgamento, escrito por Beaugrand-Champagne e publicado em 2004, e um romance escrito por Afua Cooper e publicado em 2006. A transcrição completa do julgamento de Marie-Joseph Angélique está disponível no site da Biblioteque et Archives Nationales du Quebec.

A história de Angélique ajuda-nos a entender os desafios que os escravos enfrentavam naquela época. Ela tornou-se numa personagem fictícia em muitas histórias, mas, acima de tudo, um verdadeiro testemunho de tempos que não podemos permitir que regressem.

Em frente à Câmara Municipal de Montreal há um parque que dá pelo nome de Place Marie-Josephe-Angélique. Para que nunca nos esqueçamos.

Com referências de Wikipedia.org (https://en.wikipedia.org/wiki/Marie-Joseph_Ang%C3%A9lique)

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Mário Silva primeiro deputado luso canadiano eleito deputado federal

Em 2003, Mário Silva tornou-se o primeiro luso-canadiano a ser eleito para o Parlamento Federal, representando a área de Davenport (Toronto). Mário Silva concorreu pelo Partido Liberal do Canadá.

Silva, que antes fora vereador da cidade de Toronto entre 1994 e 2003, foi eleito a 28 de junho de 2003 e posteriormente oficializado como membro do Parlamento no dia 7 de setembro do mesmo ano em cerimónia realizada na House of Commons Reading Room. Nesse mesmo dia, Mário Silva foi convidado especial na Embaixada de Portugal, em Otava, onde foi recebido pelo então Embaixador de Portugal no Canadá, João Pedro Silveira de Carvalho.

A ocorrência coincidiu com as comemorações dos 50 anos da imigração portuguesa para o Canadá. 

“Trabalharei diligentemente para ser a voz da comunidade de Davenport em Otava. Irei trabalhar em estreita colaboração com todos os residentes para melhorar as condições na comunidade e no país”, afirmou na altura (delcarações publicadas pelo Jornal Flash).

Durante o seu mandato como deputado federal, Mário Silva foi membro de várias comissões, associações parlamentares e grupos interparlamentares. Em 2011, perdeu o seu assento para Andrew Cash.

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Primeiro luso-canadiano a representar o Canadá nos Jogos Olímpicos

Peter Fonseca é o primeiro luso-canadiano a representar o Canadá nos Jogos Olímpicos. Fonseca participou na maratona das Olimpíadas de 1996, em Atlanta, na qual foi o melhor canadiano, terminando em 21º na geral percorrendo os 42.195 quilómetros em 2 horas, 17 minutos e 28 segundos.

Peter Fonseca compete na maratona dos Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta. (CP FOTO/COA/Claus Andersen)

Peter Fonseca, que é mais conhecido pelo seu envolvimento na política como membro do parlamento do Ontário e do Canadá, ficou primeiro famoso como atleta, adquirindo resultados honrosos como o terceiro lugar na Maratona de Los Angeles em 1990 e na Maratona de Nova York em 1992, e o segundo lugar na Maratona de Toronto em 1994. Nos Jogos da Commonwealth de 10,000, terminou em quinto lugar na prova dos 1994 metros.

Na política, derrotou o compatriota luso-canadiano Carl DeFaria nas eleições provinciais do Ontário, em 2003. Em 2007, foi nomeado Ministro do Trabalho da Província do Ontário. Em 2010, retirou-se da política a nível provincial para concorrer à eleições federas pelo distrito de Mississauga East-Cooksville, mas foi derrotado por Wladyslaw Lizon, do Partido Conservador, nas eleições de 2011. Em 2015, voltou a concorrer e finalmente derrotou Lizon. Peter Fonseca foi reeleito em 2019 e 2021.

Peter Fonseca nasceu em Lisboa a 5 de Outubro de 1966. Emigrou para o Canadá em 1968, onde se licenciou em Educação pela Universidade de Windsor.

Com referências da Wikipedia (https://en.wikipedia.org/wiki/Peter_Fonseca)

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Martinho Silva – primeiro Luso canadiano eleito vereador da cidade de Toronto

Martin Silva (Martinho Silva) é o primeiro português a ser eleito vereador da cidade de Toronto, concorrendo pelo distrito de Trinity-Spadina Ward 4 durante as eleições municipais de 1988, sucedendo a Olivia Chow.

Martinho da Silva foi reeleito em 1991 e em 1994 pelo mesmo distrito. Nas eleições provinciais de 1995, foi o representante do Partido Nacional Democrático para o Distrito de Parkdale, mas foi derrotado por Tony Ruprecht do Partido Liberal. Em 1997, Silva perdeu a eleição municipal para Joe Pantalone numa época em que Toronto se havia tornado, oficialmente, uma cidade metropolitana. Em fevereiro de 2006, Silva foi nomeado temporariamente para o Ward 20 após a incumbente, Olivia Chow, decidir concorrer nas eleições federais.

Martinho Silva nasceu em Sever do Vouga, Aveiro, em 1952 e emigrou para o Canadá em 1968. Tornou-se conhecido na comunidade portuguesa por apresentar programas de rádio na CHIN Radio.

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Luso-canadiano com mais mandatos consecutivos como presidente da câmara

Luís Miranda é o luso-canadiano com mais mandatos consecutivos como Presidente da Câmara de uma jurisdição no Canadá. Foi eleito pela primeira vez em 1997 para o cargo político mais alto em Anjou, Quebec, uma jurisdição que atualmente faz parte do município de Montreal. Em maio de 2023, Miranda garantiu o seu nono mandato consecutivo como Presidente da Câmara de Anjou.

Em 2001, Anjou tornou-se um bairro de Montreal, mas a vila manteve jurisdição sobre alguns assuntos e, como tal, continuou a eleger um autarca. O objetivo do seu nono mandato, conquistado em 2003, é o desenvolvimento de uma linha do metro no município de Anjou.

Antes de se tornar presidente da câmara, Luis Miranda foi eleito vereador em 1987.

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Governo do Canadá reconhece oficialmente junho como Mês do Património Português

Julie Dzerowicz

O dia 10 de junho foi oficialmente reconhecido como o Dia de Portugal no Canadá após uma proposta submetida por um cidadão privado e patrocinada pela deputada federal pelo distrito Davenport, Toronto, Julie Dzerowicz. A proposta foi aprovada no parlamento a 8 de novembro de 2017. A proposta, denominada M-126, foi apresentada com o intuito de reconhecer a contribuição da comunidade luso-canadiana e o dia 10 de junho, e identificar o mês de junho como o Mês do Património Português. A moção foi aprovada por unanimidade.

No Ontário, o mesmo tipo de moção foi aprovado em 2001 (Bill 120). A Lei da Celebração do Património Português de 2001 reconheceu o dia 10 de junho como Dia de Portugal e o mês de junho como o Mês da História e do Património Português no Ontário.

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Primeiro descendente de portugueses eleito para o parlamento federal canadiano

John Rodriguez é o primeiro descendente de portugueses a tornar-se membro do Parlamento do Canadá. Embora tenha nascido na Guiana em 1937, era descendente de portugueses. Foi eleito pela primeira vez nas eleições federais de 1972 pelo distrito de Nickel Belt (área de Sudbury) como membro do Novo Partido Democrático. O seu mandato inicial terminou em 1980, mas voltou a ocupar o cargo de 1984 a 1993. De 2006 a 2010, foi Presidente da Câmara de Greater Sudbury.

Rodriguez era professor de profissão. Iniciou a sua carreira em St. Catharines, mas mudou-se pouco depois para Coniston, no norte do Ontário, para se tornar diretor da St. Paul School. Em 1968, tornou-se presidente da Ontario English Catholic Teachers’ Association.

O seu interesse por uma carreira política teve início em 1967, quando concorreu à presidência da câmara de Coniston, sendo derrotado por larga margem pelo incumbente, Michael Solski. Em 1971, foi eleito para vereador no município de Coniston. Em 1972, concorreu às eleições federias pelo distrito de Nickel Belt, derrotando o então incumbente Gaetan Serré, do Partido Liberal. Em 1974, ele foi reeleito, novamente como membro do NDP, servindo o mandato sob a maioria do governo Liberal de Trudeau. Rodriguez alcançou um terceiro mandato em 1979 antes do governo conservador de Joe Clark perder o voto de confiança, resutlando no regresso às urnas em 1980. Rodriguez foi derrotado nessa eleição pela candidata liberal Judy Erola.

Em 1984, Rodriguez regressou à Câmara dos Comuns, integrando os Comités Standing Committee of Labour e Employment and Immigration Committee até 1988. Rodriguez cumpriu um último mandato entre 1988 e 1993.

Ao deixar a política, regressou ao cargo de diretor escolar, mas foi forçado a reformar-se em 2005 devido à sua idade, sendo posteriormente contratado pela Statistics Canada como remunerador.

Em julho de 2006, Rodriguez anunciou que concorreria a presidente da câmara de Great Sudbury. Acabou por vencer as eleições com uma vitória esmagadora, derrotando o então presidente, David Courtemanche. Em 2010, foi derrotado por Marianne Matichuk após uma campanha feroz que expôs possíveis abusos de poder por parte de John Rodriguez. Em 2014, voltou a concorrer mas terminou em terceiro.

John Rodriguez faleceu a 5 de julho de 2017.

With references from Wikipedia:(https://en.wikipedia.org/wiki/John_Rodriguez_(politician)#:~:text=Rodriguez%20(February%2012%2C%201937%20%E2%80%93,of%20the%20New%20Democratic%20Party.)

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Horacio Arruda – Diretor Nacional de Saúde Pública de Quebeque

Horacio Arruda é filho de imigrantes portugueses oriundos dos Açores e nasceu em Saint-Thérése, Quebec, em 1960. Em 2012, foi nomeado Diretor Nacional de Saúde Pública do Quebeque, tornando-se o primeiro luso-canadiano a assumir o cargo no Canadá.

Arruda, médico de profissão, começou por trabalhar na Secretaria de Saúde Pública de Laval. Foi depois assistente do professor clínico no Departamento de Medicina Social e Preventiva da Universidade de Montreal entre 1998 e 2012.

O luso-canadiano ficou famoso pelas suas intervenções durante a pandemia de Covid-19 ao aparecer regularmente na televisão. As medidas implementadas não reuniram consenso, resultando na sua renúncia ao cargo, em 2022, após admitir que perdera a confiança do povo.

Com referências da Wikipédia (https://en.wikipedia.org/wiki/Horacio_Arruda)

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Primeira luso-canadiana nomeada para o Tribunal de Justiça do Ontário

Cidália Conceição Gouveia Faria é a primeira luso-canadiana a ser nomeada para o Tribunal de Justiça do Ontário (Ontario Court of Justice). Originária da região autónoma dos Açores, Portugal, Faria formou-se na Queens Universtiy e integrou a Ordem dos Advogados em 1996.

A Juíza Faria é membro da Associação de Advogados Luso-Canadianos e secretária da Committee on Diversity and Inclusion for the Ontario Crown Attorneys Association. Antes da sua nomeação para o Tribunal de Justiça de Ontário, a Juíza Faria foi procuradora, e professora na Western University e em instituições educacionais de direito na Tanzânia, África.

Cidália Faria é vice-presidente do Abrigo Centre, entidade que oferece inúmeros serviços aos habitantes de Toronto, especialmente às comunidades de língua portuguesa.

A Juíza Faria foi designada para o Tribunal de Justiça de Ontário do distrito de Toronto.

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Primeiro Luso-Canadiano eleito deputado do Ontário e nomeado ministro do governo

Carl DeFaria, é um luso-canadiano que foi eleito pela primeira vez para a Assembleia Legislativa do Ontário em 1995, pelo Partido Conservador Progressista. Foi reeleito em 1999 e apoiou a transição entre os governos de Mike Harris e Ernie Eves, em 2002, quando também foi nomeado Ministro da Cidadania com responsabilidade pelos Idosos. Carl DeFaria foi o primeiro luso-descendente eleito deputado provincial e ministro do Governo do Ontário.

Advogado de profissão, DeFaria trabalhou em direito penal e constitucional antes de entrar na política. Foi também instrutor na Law Society of Upper Canada.

A sua primeira candidatura ocorreu nas eleições provinciais de 1990, como conservador pelo distrito de Cambridge, as quais perdeu para Mike Farnan. Em 1993, disputou as eleições federais, novamente pelo Partido Conservador Progressista, voltando a perder, desta vez para Albina Guarnieri, candidata pela Reform Party.

Carl DeFaria foi finalmente eleito para o Parlamento Provincial em 1995, pelo distrito de Mississauga East, vencendo por mais de 6,000 votos. Mike Harris era então primeiro-ministro do Ontário. DeFaria foi reeleito em 1999, desta vez por uma diferença de pouco mais de 4,000 votos, mas erdeu a eleição de 2003 para o compatriota luso-canadiano Peter Fonseca, que concorreu pelo Partido Liberal.

DeFaria foi nomeado diretor da Divisão de Crimes Graves pelo presidente de Timor, Xanana Gusmão, em 2005. Em 2006, concorreu nas eleições federais, mas perdeu de novo para a liberal Albina Guarnieri.

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Branca Gomes – a primeira professora de português no Canadá

Embora as primeiras aulas de português no Canadá tenham sido promovidas pela Associação Portuguesa do Canadá, em Montreal, é amplamente aceite que a primeira professora certificada lecionou no First Portuguese Canadian Cultural Centre, em Toronto. Dava pelo nome de Branca Amélia Correia Proença, que, após o casamento, acrescentou o apelido Gomes. A sua primeira aula ocorreu a 10 de outubro de 1964, em Toronto.

Branca Gomes nasceu em São Vicente, Guarda, a 10 de julho de 1914, e emigrou para o Canadá em 1964. Embora já fosse professora em Portugal, iniciou a sua carreira no Canadá no First Portuguese CCC, passando depois a lecionar em várias escolas primárias de Toronto entre 1967 e 1998.

Branca Gomes recebeu várias distinções dos governos do Canadá e de Portugal. A cidade de Toronto denominou uma viela de “Branca Gomes Lane”, localizada perto da College Street entre as ruas Shaw e Crawford.

Com referências da Galeria dos Pioneiros (https://pioneersgallery.ca/pioneer-portrait-the-first-portuguese-teacher-in-canada/#:~:text=Branca%20Am%C3%A9lia%20Correia%20Proen%C3%A7a%20Gomes&text=This%20was%20the%20salutation%20of,Branca%20Gomes.)

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Charles Sousa – três vezes ministro

Anthony Charles Sousa é o primeiro luso-canadiano a servir como ministro do Ontário em três gabinetes diferentes: Trabalho, Finanças, Imigração e Cidadania.

Charles Sousa nasceu a 27 de setembro de 1958 e é filho de um dos pioneiros portugueses no Canadá. Formou-se em Administração pela Wilfred Laurier University em 1982. Em 2003, ele foi nomeado para representar o Canadá na Câmara do Comércio Internacional. No mesmo ano, recebeu a Medalha do Jubileu de Ouro da Rainha (Queen’s Golden Jubilee Medal) em reconhecimento pelos serviços prestados à comunidade.

Charles Sousa foi eleito pela primeira vez para o Parlamento de Ontário como Liberal, em 2007, representando o distrito de Mississauga South. Em 2010, foi nomeado Ministro do Trabalho e, um ano depois, Ministro da Cidadania e Imigração. Em 2012, renunciou ao cargo para entrar na corrida para líder do Partido Liberal do Ontário, mas ficou em quinto lugar numas eleições vencidas por Kathleen Wynne, a qual ele posteriormente apoiou.

Em fevereiro de 2013, Wynne nomeou Charles Sousa para o cargo de Ministro das Finanças. Esta foi a primeira vez que um luso-canadiano ocupou um cargo de tal responsabilidade. Sousa apresentou um déficite em quatro dos seis orçamentos que apresentou, seguindo uma promessa de campanha relacionada com a recuperação da província da recessão global de 2008. Sousa concorreu de novo em 2018, mas perdeu as eleições para o conservador Rudy Cuzzetto.

A 12 de dezembro de 2022, Charles Sousa foi eleito para a Casa dos Comuns, em Otava, representando o distrito de Mississauga-Lakeshore. Este foi o resultado de uma eleição suplementar provocada pela renúncia do deputado Sven Spengemann ao cargo, após este aceitar um cargo nas Nações Unidas.

Charles Sousa é casado com a sua esposa, Zenaida, com quem tem três filhos.

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Primeiro negro livre no Canadá pode ter sido português

Mathieu da Costa é conhecido como o primeiro negro livre a entrar no Canadá. Muitos estudiosos afirmam que a sua origem é afro-portuguesa, embora essa alegação ainda não tenha sido efetivamente comprovada. Mathieu da Costa nasceu em 1589 em partes desconhecidas e faleceu na cidade de Quebec, em 1619 ou pouco depois. Fez parte da equipa de exploradores de Pierre Dugua e Samuel Champlain que viajou da França para a América do Norte.

Naquela época, muitos dos que viajavam nos navios rumo ao novo mundo eram de ascendência afro-portuguesa, então famosos por falarem diversas línguas. Mathieu da Costa era um desses poliglotas com conhecimento de línguas como o holandês, inglês, francês, português, mi'kmaq e basco pidgin – o dialeto mais usado para negociar com os aborígenes.

O que se sabe ao certo é que da Costa começou por trabalhar com os portugueses como tradutor. Conhecido como 'grumete' (aprendiz) pelos portugueses da época, desempenhou inúmeras tarefas a bordo dos navios que navegavam o oceano Atlântico. Os seus serviços eram cobiçados por vários comandantes, acabando por receber ofertas de ingleses e holandeses, mas foram os franceses que acabaram por o convencer.

Embora se alegue que Mathieu da Costa tenha viajado para o Novo Mundo com Pierre Du Gua de Monts em 1608, registros históricos mostram que ele esteva preso em Rouen, na França, em 1609. Em 1617, Du Gua havia encerrado as suas viagens ao Canadá, mas Mathieu ficou por aqui. Crê-se que ele tenha morrido na cidade de Quebéque em 1619 ou pouco depois.

O seu legado permanece até aos dias de hoje. As suas contribuições para o Canadá são homenageadas no Port-Royal National Historic Site, em Port Royal, Nova Escócia. Ele foi também tema da obra 'Mathieu da Costa', uma história em banda desenhada escrita por Diane Groulx e ilustrada por Jocelyne Jatte. Em 2017, a Canada Post lançou um selo em sua homenagem. Em 1996, o Departamento do Património Canadiano lançou um concurso de literatura e de artes em memória de Mathieu da Costa. Há também duas ruas em Quebeque e uma escola em Toronto com o nome de Mathieu da Costa.

Mathieu da Costa ficará para sempre conhecido como o primeiro negro livre a chegar ao Canadá e como uma figura importante na relação entre os europeus e os povos indígenas do Canadá.

Com arquivos da Wikipédia (https://en.wikipedia.org/wiki/Mathieu_da_Costa)

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Primeiros luso-canadianos a representar o Canadá no Campeonato do Mundo de futebol

Steven Vitória e Stephen Eustáquio foram os primeiros jogadores profissionais de ascendência portuguesa a representar o Canadá num campeonato do mundo de futebol. Vitória foi titular e jogou os 90 minutos em cada dos três jogos disputados pelo Canadá no Mundial de 2022, disputado no Catar, enquanto Eustáquio foi titular nas duas últimas partidas do torneio.

Os luso-canadianos foram fundamentais na fase de qualificação, a qual o Canadá terminou no primeiro lugar à frente dos Estados Unidos e do México. Steven Vitória foi um esteio no centro da defesa enquanto Eustáquio comandou o meio campo. O Canadá a terminou a fase de qualificação com oito vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas.

Steve Vitória

Steven Vitória nasceu em Toronto, de pais portugueses, a 11 de janeiro de 1987. A sua carreira no futebol de formação passou por clubes como Sudbury Lions, CS Azzurri, Mississauga Falcons, Dixie SC, Klienburg-Nobleton SC, Glen Shields SC, Woodbridge Strikers e FC Porto (Portugal). Iniciou a carreira profissional no FC Porto, em 2006, mas foi emprestado ao Tourizense nessa mesma época. De 2007 a 2009, foi emprestado ao Olhanense e depois ao Covilhã na temporada de 2009-10. Em 2010, assinou pelo Estoril onde jogou até se transferir para o SL Benfica, em 2013. Nos encarnados, jogou na equipa B durante uma época e ascendeu à equipa principal na época 2014-15. No ano seguinte, foi emprestado ao Philadelphia Union e, em 2016, assinou pelos polacos do Lechia Gdansk, onde permaneceu até junho de 2019. De seguida, assinou contrato com o Moreirense e, em 2022, mudou-se para o Chaves. A sua carreira internacional inclui 5 jogos pelos Sub-19 de Portugal e 6 pelos Sub-20. Em 2016, comprometeu-se a representar o Canadá a nível senior. Por altura da redação deste artigo (maio de 2023), Steven Vitória contava 30 internacionalizações e havia marcado quatro golos pelo Canadá.

Stephen Eustáquio

Stephen Eustáquio nasceu em Leamington, Ontário, de pais portugueses, a 21 de dezembro de 1996. Durante a fase de formação, representou o Leamington MS (Canadá), Nazarenos, União de Leiria e Torreense (Portugal). Iniciou a carreira sénior nos Nazarenos, em 2013, onde jogou durante uma época. No ano seguinte, Eustáquio assinou pelo Torreense por duas temporadas. Em 2017, jogou pelo Leixões e, na época seguinte, pelo Chaves. De seguida, mudou-se para o México onde representou o Cruz Azul curante uma época, sendo depois emprestado ao Paços de Ferreira no último ano de contrato. Em 2021, assinou em definitivo pelo Paços de Ferreira, mas foi emprestado ao FC Porto na época seguinte. Em 2022, assinou em definitivo com os dragões. Representou o Canadá nos Sub-17 mas, em 2017, integrou a selecção Sub-21 de Portugal, onde acumulou um total de 7 internacionalizações. Em 2019, Stephen Eustáquio declarou a sua preferência pela seleção principal do Canadá, pela qual disputou 30 partidas e marcou três golos.

No campeonato do mundo do Catar, o Canadá perdeu as três partidas: 2022-1 frente à Bélgica, 0-4 perante a Croácia e 1-2 com Marrocos.

Espera-se que tanto Steven Vitória como Stephen Eustáquio voltem a representar o Canadá no campeonato do mundo de 2026, que será parcialmente disputado no Canadá.

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Primeiro jornal de língua portuguesa no Canadá

O Jornal Luso-Canadiano, fundado por Henrique Tavares Belo em 1959, foi a primeira publicação em língua portuguesa no Canadá. De acordo com o website casacomum.org, tratava-se de publicação semanal independente criada pela oposição democrática portuguesa no Canadá.

O jornal já não é publicada, mas não temos informação acerca da data em que encerrou a atividade. Sabemos, porém, que o jornal ainda era publicada em finais do ano de 1969.

A Voz de Portugal, publicada pela primeira vez em Montreal em 1961, tornou-se a segunda publicação em língua portuguesa no Canadá. Continua a ser o jornal mais antigo ainda em funcionamento ao serviço da comunidade portuguesa. Muitos afirmam que esta foi a primeira publicação em língua portuguesa no Canadá. Se o leitor tem informação sustentada sobre este assunto que prove o contrário, por favor entre em contacto connosco.

Se nota algum erro ou imprecisão, informe-nos:contact@lusocanada.com

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Pedro da Silva – primeiro carteiro no Canadá

Pedro da Silva tornou-se no primeiro carteiro no Canadá depois de ter sido contratado para transportar um pacote de cartas de Montreal para a cidade de Quebec por 20 sols, em 1693. Em 1705, foi nomeado 'primeiro carteiro' por Jacques Raudot, então Intendente de Nova França.

Pedro da Silva nasceu em Lisboa por volta de 1647 e foi batizado na igreja de São Julião. Deixou Portugal em 1673 para rumar à Nova França (Quebec). Começou por trabalhar como carteiro em Montreal, mas depois mudou-se para Sault-au-Matelot (atual cidade baixa da cidade de Quebec), onde manteve a profissão. Porém, também se dedicou ao comércio e ao transporte de mercadorias.

Pedro da Silva era conhecido como Le Portugais.

Pedro da Silva faleceu em 1717 e está sepultado na Paróquia de Notre Damme, em Montreal. Em 2003, por ocasião da celebração da imigração oficial portuguesa para o Canadá, os Correios do Canadá (Canada Post) emitiram um selo em sua homenagem.

O realizador e apresentador de televisão luso-canadiano, Bill Moniz, produziu e editou um documentário sobre a vida de Pedro da Silva. Assista ao documentário aqui.

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Montreal foi a primeira 'cidade portuguesa' no Canadá

Os primeiros imigrantes portugueses, que chegaram ao Canadá em 1953, foram enviados para diversas regiões do país, mas Montreal foi a primeira cidade a acolher um número significativo de recém-chegados. Por isso, não é de estranhar que tenha sido nesta cidade que se formaram muitas das mais antigas instituições luso-canadianas.

Inicialmente, os portugueses que chegaram a Montreal fixaram-se principalmente na zona do Quartier St-Louis. O bairro mudou rapidamente de aparência e começou a assemelhar-se ao velho país. Como resultado, a cidade de Montreal concedeu à área a Ordre des Architectes du Québec, em 1975.

Foi em Montreal que se formou a primeira associação luso-canadiana (Associação Portuguesa do Canadá), o primeiro jornal (Jornal Luso-Canadiano) e o primeiro programa de rádio (Rádio Hora Portuguesa) em português, e o primeiro grupo de dança folclórica, a primeira filarmónica, e a primeira escola de português.

Montreal tem atualmente uma população de mais de 60,000 portugueses, tornando-se a segunda maior comunidade no Canadá. Toronto é, de longe, a primeira.

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Judeus portugueses ajudaram a criar a mais antiga instituição judaica do Canadá

Os judeus portugueses e espanhóis, expulsos da Península Ibérica na sequência do Decreto de Alhambra de 1492 e do Decreto português de 1497, fundaram a mais antiga instituição judaica do Canadá, denominada Sinagoga Espanhola e Portuguesa de Montreal, também conhecida como Shearith Israel, em 1768. A sinagoga é a mais antiga do Canadá.

O final do século XV ficou marcado por exagerado êxodo de judeus, tanto de Portugal como de Espanha, que procuravam refúgio noutras partes da Europa, Norte de África e Médio Oriente. Os que se converteram ao cristianismo foram autorizados a ficar, mas a inquisição, iniciada em 1536, trouxe novos desafios aos judeus portugueses. Como resultado, os convertidos também começaram a fugir para outras partes do mundo. Muitos reconverteram-se ao judaísmo depois de deixarem Portugal ou Espanha.

Aqueles que chegaram ao Canadá, estabeleceram-se inicialmente em Montreal no final do século XVII. Eram, inicialmente, um pequeno grupo de cerca de 1600 judeus portugueses e espanhóis que decidiram unir-se em torno de uma organização que ambos criaram e que acabaria por se tornar na congregação judaica mais antiga do Canadá.

Em 1970, o Governo do Canadá reconheceu o significado histórico da congregação, que tem o seu Pergaminho da Tora original em exibição no Arquivo Nacional do Canadá (National Archives of Canada).

Com referências do site da Sinagoga Espanhola e Portuguesa (https://www.thespanish.org/about/) e Wikipedia (https://en.wikipedia.org/wiki/Spanish_and_Portuguese_Synagogue_of_Montreal ; https://en.wikipedia.org/wiki /espanhol_e_português_judeus)

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Portuguese Joe, o pioneiro que ajudou a moldar o futuro de British Columbia

Joe Silva nasceu nos Açores por volta de 1830. Era um jovem corajoso que começou a caçar baleias aos 12 anos e cujo sentido de aventura o levou a estabelecer-se no oeste do Canadá. A ele deve-se muitas das caraterísticas sociais da atual Colúmbia Britânica.

Crê-se que Joe Silva, conhecido em British Columbia como Joe Silvey ou Portuguese Joe, chegou ao Canadá na década de 1860 na esperança de encontrar ouro. Depois de se estabelecer na área, caçou baleias, serviu bebidas alcoólicas a operários da indústria florestal e pescou ao largo do mar com um barco a remo. Também fez muitos amigos famosos, como foi o caso de Gassy Jack Deighton - que deu nome a Gastown, Vancouver - e o chefe Kiapilano da Capilano Nation.

Joe Silva teve 11 filhos de duas esposas. A sua primeira esposa, Khaltinaht, era neta do chefe Kiapilano e sobrinha do chefe Sam Kweeakhulk, líder do povo Squamish Xwayxway, que habitava a área onde atualmente se situa o Stanly Park, em Vancouver. Khaltinaht morreu pouco depois de se casar com Joe Silva. Somando a essa perda, a filha mais velha de Silva, Elizabeth, foi sequestrada e John, o seu sexto filho, foi assassinado.

Joe Silvey casou-se novamente e construiu uma larga família com a sua nova esposa, uma indígena chamada Kwahama Kwatleematt.

Atualmente, existem mais de 500 descendentes de Joe Silva que moram no oeste do Canadá. Em homenagem à sua contribuição para o desenvolvimento de British Columbia, a cidade de Vancouver ergueu-lhe uma estátua no famoso Stanley Park.

O produtor e jornalista luso-canadiano, Bill Moniz, produziu e realizou um documentário sobre este homem notável. Pode assistir ao documentário aqui.

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Peter Moreira - o primeiro chefe de polícia 'português' no Canadá

Peter Moreira é o novo Chefe da Polícia de Durham (2023)

Por Carla Antunes (artigo e fotos) para a Revista Tuga – publicado com o consentimento expresso da Revista Tuga

O primeiro chefe de origem portuguesa a liderar uma força policial no Canadá substituiu Todd Rollauer, após este entrar no período de reforma. 

Pedro Moreira

Filho de emigrantes de S. Miguel (Açores), mas nascido no Canadá, o lusodescendente enviou também uma mensagem à comunidade portuguesa no Canadá. “Os serviços da polícia, tanto no Ontário, como ao longo do Canadá, estão prontos para trabalhar com a comunidade portuguesa, na sua própria língua”, afirmou. Com mais de três décadas ao serviço da polícia de Toronto, Peter Moreira começou a sua carreira em 1991 como cadete, recebendo formação no Colégio da Polícia do Ontário em 1993.

Na sua vasta experiência, o lusodescendente comandou várias unidades em Toronto, incluindo a de ‘homicídios’, a ‘Task Force de Gangues e Armas Integradas’ e a ‘Divisão 51’, participando também no plano de ação ‘The Way Forward’. O novo chefe da polícia de Durham encorajou ainda os membros da co – munidade portuguesa a “denunciarem um crime não tendo receio das barreiras linguisticas”. 

“Muitos membros da comunidade portuguesa, que encontrei ao longo da minha carreira, expressaram a sua preocupação com crimes que aconteceram. Têm receio de denunciar os crimes à polícia, devido a barreiras linguísticas”, lamentou.

No entanto há agentes da polícia um pouco por toda a província de origem portuguesa, estando ali para “servir a comunidade portuguesa”. A escolha de um novo chefe da polícia foi realizada através de um processo amplo de consulta à comunidade, sendo elaborado um relatório, em que foram identificadas quatros caraterísticas: liderança transformadora e corajosa, inteligência emocional, compromisso com o envolvimento positivo da comunidade e experiência policial profunda e diversa. 

Após o processo de consulta, uma comissão de seleção dos vários can – didatos, conjuntamente com outras entidades privadas, selecionaram Peter Moreira.

Além da experiência nas forças de se – gurança, o lusodescendente concluiu recentemente um bacharelado em artes através do programa de honras policiais da Universidade Wilfrid Laurier, devendo receber o diploma em junho deste ano. Além de residir com a sua família na região de Durham, é também voluntário e treinador de futebol há cerca de 15 anos, sendo ainda um “membro ativo da comunidade portuguesa local”.

A polícia de Durham tem mais de mil agentes e civis, servindo uma vasta região no sul do Ontário, tendo como principais cidades, Ajax, Oshawa e Whitby. Segundo dados do recenseamento canadiano de 2021, a região de Durham tinha mais de 696,000 mil habitantes.

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Jornal com maior circulação no Canadá

Depois de se ter tornado pioneira na área das organizações comunitárias quando foi constituída a Associação Portuguesa do Canadá, em 1956, Montreal foi também o berço do primeiro jornal publicado em língua portuguesa neste país, com o Jornal Luso-Canadiano, em 1959. A Voz de Portugal foi estabelecida a 25 de abril de 1961 e tem sido publicado desde então de forma ininterrupta, tornando-se o jornal de língua portuguesa com maior circulação no Canadá. Durante os seus primeiros anos, foi inteiramente financiado pelo Governo de Salazar, mais conhecido como Estado Novo. Ironicamente, a data de 25 de Abril viria a ser a da queda deste governo em 1974, quando se restaurou a democracia em Portugal.

A Voz de Portugal continua a oferecer aos seus leitores notícias da comunidade, do Canadá, de Portugal e do mundo. Além da versão impressa semanal, o jornal também está disponível online em https://avozdeportugal.com/.

Para mais informações sobre a publicação, acesse a nossa página de Vídeospágina para assistir a uma reportagem realizada pela televisão nacional de Portugal, RTP, em 2016. Pode aceder diretamente ao link aqui. A peça começa no minuto 4:00. A matéria afirma, erroneamente, segundo investigação realizada pela Fundação Mários Soares e publicada no site casacomum.org, que este é o primeiro jornal publicado no Canadá em língua portuguesa.Se tem informação sustentada que prove o contrário, por favor entre em contacto connosco.

Embora Toronto seja a maior comunidade portuguesa no Canadá, o primeiro jornal em língua portuguesa publicado aqui ocorreu em 1963, quando Maria Alice Ribeiro e António Ribeiro fundaram o Correio Português. A publicação já não se encontra em circulação.

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