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ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS COM REPRESENTAÇÃO POLÍTICA EM ANO DE CELEBRAÇÃO (2003)

A PROVÍNCIA COM MAIS PORTUGUESES NO CANADÁ

POPULAÇÃO DE ONTÁRIO: 14,900,000

ESTATÍSTICAS RELACIONADAS COM OS PORTUGUESES EM ONTÁRIO:

COMO LÍNGUA MATERNACOMO MAIS FALADACONHECIMENTO
DA LÍNGUA
NASCIDOS
PORTUGAL
ORIGEM
ÉTNICA
150,000
(% não disponível)
67,415
(0.4% da população)
193,520
(1.3% da população)
103,025
(0.7% da população)
324,930
(2.2% da população)
Fonte: Statistics Canada

Versão de áudio (disponível apenas em inglês):

A Província com maior número de portugueses no Canadá é também a que tem mais organizações comunitárias. No total, existem vinte e três (23) cidades no Ontário com clubes ou associações constituidas e uma dúzia de outras com um número significativo de luso-canadianos sem uma organização comunitária formal.

De acordo com o Censos do Canadá de 2016, há 150,000 residentes na província que consideram o português a sua língua materna, dos quais 67,415 falam o idioma frequentemente em casa. Um total de 103,025 nasceram em Portugal e uns impressionantes 324,930 consideram Portugal a sua origem étnica, o que representa 2.2% da população da província.

No topo desta página, você pode navegar por todas as cidades do Ontário que possuem organizações comunitárias portuguesas. Algumas já existem há décadas, enquanto outras são bastante recentes. Independentemente disso, todas elas servem o propósito de proporcionar aos seus residentes luso-canadianos a oportunidade de celebrar e manter a cultura e a língua portuguesas.

A organização mais antiga do Ontário é First Portuguese Canadian Cultural Centre, fundado em Toronto no longínquo ano de 1956. No ano seguinte, também em Toronto, Associação Democrática Portuguesa de Toronto foi formada, seguida do Rancho Folclórico da Nazaré em 1958.

A década que se seguiu testemunhou a formação de outras nove (9) organizações. Clube Português de Cambridge (1960) foi a primeira associação fundada fora de Toronto, seguida pelo Lusitania Portuguese Recreation Centre of Ottawa-Hull em 1963. O Centro Comunitário Casa da Madeira (1963), Clube Desportivo Oriental Português de Cambridge (1965), Clube Português de London (1968), Vasco da Gama FC de Hamilton, Clube Português de Kitchener, Casa do Benfica de Toronto e a Filarmónica Lira do Bom Jesus de Oakville (1969), completam o leque de associações formadas durante os anos 60.

A década de 1970 viu mais quatorze (14) organizações sendo formadas em toda a província. O primeiro desta década foi Camões Clube Português de Harrow, em 1970, seguido de Amor da Pátria (Toronto, 1971), o extinto Clube Recreativo Cultural e Desportivo Os Lusíadas (Hamilton, 1973), Asas do Atlântico Sports & Social Club (Toronto, 1973), o extinto Vitória de Setúbal Clube de Toronto (1973) Centro Cultural Português de Mississauga (1974) Sport Clube Angrense (Toronto, 1974), Portuguese Canadian Social Club of Chatham (1977) Associação Comunitária Portuguesa de Listowel e Arredores (1977) Portuguese Canadian Club of Strathroy (1977) Associação Cultural do Minho (1977) Clube Português de Oshawa (1978), o extinto Clube Português de Sudbury (1978) Associação Portuguesa de Thunder Bay (1978), e Paróquia de Nossa Senhora de Fátima (Kingston) em 1979.

O First Portuguese Canadian Cultural Centre é a organização mais antiga do Ontário e a segunda mais antiga do Canadá

A década de 1980 assistiu ao maior empenho associativo de uma comunidade portuguesa que não só crescia em número, mas também em força. No total, vinte (20) organizações foram fundadas nesta década, começando com Clube Português de Sarnia, Graciosa Community Centre (Toronto) e Sporting Clube Português de Toronto em 1980, Clube Cultural Peniche de Toronto em 1981, Vasco da Gama de Brampton, o extinto Clube Português de Brantford e Associação Portuguesa da Universidade de York em 1982, Northern Portugal Cultural Centre (Oshawa) e Casa do Alentejo (Toronto) em 1983, Comunidade Portuguesa de Leamington em 1984, Centro Cultural Português de Kingston e Casa dos Açores do Ontário (Toronto) em 1985, Casa dos Poveiros – Varzim Sport Club de Toronto e Sporting Clube de Braga-Arsenal do Minho de Toronto em 1986, a Aliança de Clubes e Associações Portuguesas de Ontário (ACAPO) e Futebol Clube do Porto de Toronto, em 1987, Comunidade Paróquia do Senhor Santo Cristo (Otava) e Luso-Cantuna (Toronto) em 1988, e Clube Académico de Viseu em 1989.

A década de 1990 testemunhou a formação de nove novas associações. O sul de Ontário foi local de fundação das primeiras quatro organizações criadas durante esta década: Núcleo Sporting London (1992) Sport London e Benfica e Comunidade Portuguesa de Windsor – Casa do Espírito Santo (1993), e Núcleo Futebol Clube do Porto London – Ontário – Canadá em 1994. Também em 1994, a Associação Luso-Canadiana de Sault Ste. Marie foi formada. Em 1996, Arco-Íris (Toronto) foi fundada, seguida pela extinta Casa Cultural de Vila do Conde (Toronto, 1997), Associação Migrante de Barcelos Community Centre (Toronto, 1998) e Rancho Folclórico Nazareno de Leamington (1999).

Na viragem do milénio, assistiu-se a um declínio na formação de novas organizações comunitárias à medida que o fluxo de novos imigrantes de Portugal para o Canadá diminuia. No ano 2000, Centro Comunitário Cultural Casa das Beiras de Toronto foi formado para substituir o antigo Clube Académico de Viseu. Após a migração de muitos luso-canadianos de Toronto para Vaughan, foi sem surpresa que a “Cidade Acima de Toronto” começou a organizar-se formalmente, primeiro em 2005 com a fundação da Comunidade Portuguesa de Vaughan e posteriormente, em 2011, com a formação do Clube Cultural Português de Vaughan. Em 2007, o extinto Comunidade Portuguesa de Barrie foi fundado.

Desde então, o movimento associativo na comunidade luso-canadiana em Ontário tem-se focado na manutenção de organizações já estabelecidas. O declínio da imigração de Portugal para o Canadá forçou algumas comunidades a considerar a união de diferentes organizações sob o mesmo teto, principalmente em Toronto. A Casa dos Açores trabalhou nessa possibilidade, bem como as organizações minhotas (Centro Cultural do Minho, Arsenal do Minho e Associação Migrante de Barcelos). No entanto, esses esforços ainda não colheram frutos.

Ontário continua a ser o centro mais importante da comunidade portuguesa no Canadá. Embora a imigração tenha diminuído, ainda há um número significativo de recém-chegados de Portugal que escolhem esta região para trabalhar e, possivelmente, ali permanecer. No entanto, tecnologias como a internet e as populares caixas de android têm minimizado o papel de clubes e associações no trabalho de preservação da a língua e da cultura portuguesas. Este fenómeno ameaça a sobrevivência de muitas organizações e apela à necessidade de reinvenção para que a nova geração de luso-canadianos se mantenha ativa na vida comunitária.

Referências: Estatísticas do Canadá

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Organizações comunitárias com representação política em ano de celebração (2003)

Embora o ano de 2003 seja recordado como aquele em que se celebrou o 50º aniversário da imigração portuguesa no Canadá, as eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas foram também uma ocorrência que merece permanecer nos livros de história. Isto deve-se ao facto de que, pela primeira vez, as nossas associações comunitárias fizeram parte integral do processo, especialmente no círculo eleitoral de Toronto, que engloba Manitoba e a maior parte das províncias do Ontário.

Os círculos eleitorais de Montreal/Otava e Vancouver acabariam por contribuir com um representante cada. O círculo de Toronto teve três listas concorrentes, das quais cinco elementos acabariam por ser eleitos: três da lista vencedora e dois daquela que terminou em segundo lugar. Desde o início, tornou-se evidente que as Listas A e B eram as favoritas à vitória final. Porém, a Lista C tinha o potencial de utilizar um trunfo importante, já que era a única sediada fora da Grande Toronto.

No círculo eleitoral de Toronto, a Aliança de Clubes e Associações Portuguesas do Ontário entrou na corrida com uma lista, marcando a primeira vez que uma organização comunitária representativa de múltiplas associações fez esforços para exercer influência a nível político. Entretanto, a comunidade de Chatham, juntamente com o clube português local, apresentava-se como representante do sudoeste do Ontário, uma região que abriga milhares de luso-canadianos. A lista favorita estava ligada ao sindicalismo, que representava maioritariamente o setor da construção civil. Porém, alguns dos seus elementos estavam também profundamente ligados a associações comunitárias de relevo da área da Grande Toronto.

Foi com um espirito competitivo intenso que a campanha eleitoral se desenrolou no círculo de Toronto. Naquela época, a comunidade estava profundamente ligada aos meios de comunicação social da comunidade. Por isso, estava facilitada a tarefa das listas em transmitir informação ao público, o que levou ao uso proveitoso deste meio para passar a mensagem, mas, por vezes, também ao uso excessivo em forma de acusações, algumas delas graves e não fundamentadas.

ACAPO

A Lista A – Aliança Pela Comunidade  – era maioritariamente composta por elementos ligados à ACAPO. Liderada por Laurentino Esteve que era, na altura, diretor de relações públicas da ACAPO e Vice-Presidente para a Cultura da Casa dos Poveiros. A lista incluía o Presidente do Conselho de Presidentes da ACAPO, José Eustáquio, Dr. Tomás Ferreira, António Costa e Eduardo Pereira, e os suplentes António Ribeiro, Rosa de Sousa, Manuela da Silva, José Medeiros e Eduardo Gouveia. Contou com o apoio da maioria dos clubes e associações, sobretudo dos membros da Aliança de Clubes e Associações Portuguesas do Ontário.

A Lista B – Voz da Comunidade  – era liderada por João Dias. Incluía também Mário Gomes, Raimundo Favas, Rui Gomes e Ana Fernandes, para além dos suplentes Joel Filipe, João Ferreira, João Gonçalves, Assunção Pinto e Nélson Melo. A lista estava profundamente ligada ao movimento sindicalista e, como tal, contava com o apoio de muitos dos trabalhadores do setor da construção civil. Para além desta ligação, havia também um vínculo muito forte ao movimento associativo por parte de alguns dos seus elementos, como era o caso de Raimundo Favas e Joel Filipe, na altura ligados ao Centro Cultural Português de Mississauga e ao Peniche Community Club of Toronto, respetivamente.

A Lista C – Sudoeste do Ontário  – era liderada por António do Forno do Clube Português de Chatham. Esta era a única lista constituída por elementos de fora da área da área de Toronto. Na altura, havia a sensação de que a lista poderia vencer se fosse capaz de garantir o apoio das comunidades para além da região da Grande Toronto.

As eleições ocorreram no dia 30 de Março de 2003. O círculo eleitoral de Toronto colocou as urnas nos seguintes locais: Sault Ste. Marie (Associação Portuguesa), Kingston (Núcleo Luso-Canadiano), Mississauga (Centro Cultural Português), Hamilton (Vasco da Gama F.C.), London (Clube Português), Chatham (Clube Português), Leamington (Centro da Comunidade Portuguesa), Winnipeg (escritórios do Consulado), e Toronto (Casa das Beiras e Casa do Alentejo).

Apesar de todo o ruído em torno da campanha eleitoral, a afluência às urnas deixou muito a desejar. Dos 97,035 eleitores inscritos no círculo de Toronto, apenas 2,242 participaram no voto, representando 2.31% de afluência.

Com alguma surpresa, a Lista A saiu vencedora com 50.3% dos votos (1,128). A Lista B arrecadou 36.8% (826) enquanto a Lista C terminou com 11.2% (252 votos). Estes resultados determinaram a eleição de três elementos da Lista A e dois da Lista B para o Conselho das Comunidades Portuguesas, a saber: Laurentino Esteves, José Eustáquio e Tomás Ferreira (Lista A), e João Dias e Mário Gomes (Lista B).

Laurentino Esteves liderou a vencedora Lista A e foi eleito para o Conselho das Comunidades Portuguesas

Laurentino Esteves, na altura Deputado Suplente da Assembleia da República, em declarações prestadas ao Notícias da Aliança revelou que não esperava tais resultados, embora salientasse que a melhor lista tinha vencido. “Esta é uma lista com mérito porque engloba pessoas que durante muitos anos têm dedicado muito tempo da sua vida à comunidade”, afirmou Esteves. Já José Eustáquio, então Presidente do Conselho de Presidente da ACAPO, prestou as seguintes declarações na edição do dia 1 de Abril de 2003 do Notícias da Aliança: “A comunidade provou que a voz da comunidade é a Aliança. Foi bonito ver o apoio de outras organizações e elementos que não são membros da Aliança. Não tivemos só o apoio da comunidade de Toronto como de outras comunidades fora desta área. Aqui fica um agradecimento muito especial para as comunidades de Kingston e de London que nos apoiaram bastante.”

O círculo eleitoral de Montreal/Otava elegeu Francisco da Conceição Salvador (Lista B) e o círculo de Vancouver elegeu Maria Cândida Alves (Lista B). Vancouver teve a melhor percentagem de voto (3.978%), seguida de Toronto (2.31%) e Montreal/Otava (1.425%).

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