Alberta

Comunidades: Calgary - Edmonton

POPULAÇÃO DE ALBERTA: 4,460,000

ESTATÍSTICAS RELACIONADAS COM OS PORTUGUESES EM ALBERTA:

COMO LÍNGUA
MATERNA
COMO MAIS
FALADA
CONHECIMENTO
DA LÍNGUA
NASCIDOS
PORTUGAL
ORIGEM
ÉTNICA
9,050
(0.2% da população)
3,905
(0.1% da população)
12,670
(0.3% da população)
4,050
(0.1% da população)
22,385
(0.5% da população)
Fonte: Statistics Canada

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UMA RELAÇÃO ENTRE DUAS CIDADES

Versão de áudio (disponível apenas em inglês):

Alberta é local de algumas das paisagens mais esplêndidas do Canadá e do mundo. Casa das Rocky Mountains, lagos cristalinos e rios que serpenteam as montanhas, é um destino de sonho para muitos. É também a casa de mais de vinte e dois mil moradores que consideram Portugal a sua origem étnica.

Citando o Departamento Canadiano de Cidadania e Imigração, o website da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Edmonton (https://ourladyoffatima.caedm.ca/about/history/, acessado pela última vez a 18 de agosto de 2022), mostra que entre 1948 e 1956 havia quarenta e quatro portugueses a viver na Província de Alberta. Em 1957, chegaram ao local mais 236 imigrantes vindos de Portugal. Pouco menos da metade deles (116) foi trabalhar para a Canadian National Railroad, na Calder Station, em Edmonton. Os restantes espalharam-se pela província, entre áreas rurais e a cidade de Calgary. Segundo a fonte, o mesmo departamento governamental apurou, em 1982, que 114 desses pioneiros eram do Arquipélago dos Açores, 22 do Continente e um do Arquipélago da Madeira.

A maioria dos luso-canadianos que residem em Alberta fixaram-se em Calgary ou Edmonton, onde deixaram uma marca na paisagem cultural e social. Outros ainda, embora em número reduzido, vivem em diversas áreas da província. Edmonton é a localidade com a maior população luso-canadiana, com cerca de 11,000 residentes que consideram Portugal a sua origem étnica, dos quais 2,575 nasceram em Portugal. Calgary vem em segundo lugar: 8,600 consideram Portugal a sua origem étnica e 1,165 nasceram em Portugal. O Censos de 2016 mostra que Alberta tem um total de 22,385 residentes que consideram Portugal a sua origem étnica – quando analisamos os números de Edmonton e Calgary (10,710 e 8,600 respetivamente), podemos concluir que restam apenas 3,615 que se repartem por outras localidades. Os números são ainda mais relevantes em Edmonton e Calgary se olharmos para o total de residentes que nasceram em Portugal: 2,575 em Edmonton, 1,165 em Calgary, para um total de 4,050 na província. Isto significa que apenas 920 residentes que nasceram em Portugal se espalham por outras localidades de Alberta.

Alberta tem algumas das paisagens mais esplêndidas do Canadá (Imagem de James Wheeler da P)

As comunidades em Edmonton e Alberta começaram a organizar-se na mesma época, e em ambas o movimento começou na igreja. Coincidentemente, as paróquias que servem cada uma das comunidades têm o mesmo nome: Nossa Senhora de Fátima. O processo teve início na década de 1960, com objetivos humildes que depressa se tornaram em projetos ambiciosos. Em Edmonton, iniciou-se modestamente na Igreja do Sagrado Coração, mas, em 1979, a comunidade adquiriu e pagou por completo a sua igreja atual. Em Calgary, a construção da igreja de Nossa Senhora de Fátima demorou um pouco mais. A comunidade começou por freqüentar a Paróquia da Santíssima Trindade, depois a Igreja Croata, e por último a Paróquia de São João que, na altura, ofereceu um espaço para a construção de uma igreja improvisada. Em meados da década de 1990, foi inaugurada a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, que desde então serve a comunidade.

O movimento associativo começou na década de setenta quase simultaneamente em cada uma das cidades. Em Edmonton, a Escola Portuguesa Gil Vicente foi inaugurada em 1971 e continua em funcionamento até hoje com uma média de cem alunos matriculados anualmente, entre crianças, jovens e adultos. Nesse mesmo ano, trezentos quilómetros a sul, foi fundada a Sociedade Portuguesa de Calgary. Ao longo dos anos, abrigou um programa de futebol, um rancho folclórico e uma escola de portugês, e promoveu diversos eventos culturais e sociais para a comunidade. A década de setenta também testemunhou a criação de uma banda filarmónica, , de um centro de jardim de infância e da Associação Portuguesa de Edmonton. Porém, tanto o infantário como a associação já não se encontram em atividade. A banda acabou por resistir mais umas décadas, acabando eventualmente por não sobreviver.

Em 1983, foi fundada a Associação Filarmónica Portuguesa de Calgary que, ao longo dos anos, se transformou numa banda de relevo com alcance internacional e reconhecimento nacional. Fez digressões pela América do Norte, ganhou importantes competições em Alberta e, em 2019, conquistou a Medalha de Ouro no The Nationals, uma competição nacional de bandas filarmónicas realizada em Ottawa. Por volta do mesmo ano, foi fundado o Grupo Folclórico Português de Calgary, que mais tarde se juntou à Sociedade Portuguesa, permanecendo com a organização desde então.

Em Edmonton, após o colapso da Associação Portuguesa original, criou-se um vazio. Um novo movimento começou mais tarde com a fundação do Rancho Folclórico Caravela – Português, em 1986. Um ano depois, a Sociedade Multicultural Luso-Canadiana (PCMS) foi formada e desde logo albergou o rancho folclórico formado no ano anterior. Durante muitos anos, o PCMS tornou-se na organização cultural e social portuguesa de maior relevo na cidade, acrescentando posteriormente uma componente desportiva com a formação do Luso Stars Soccer Club.

Foi de dentro do PCMS que nasceu a mais recente organização luso-canadiana em Edmonton, depois de alguns elementos do rancho folclórico terem decidido formar uma componente para representar a região do Minho. Isto levou a uma eventual separação e à fundação oficial do Centro Cultural Português, em 1997. O Centro passou desde então por várias fases de crescimento e declínio, mas recentemente assistiu a um renascimento após a eleição de um conselho executivo dedicado e inovador.

Os portugueses em Alberta têm demonstrando tremenda dedicação na promoção e preservação do nosso património, como é evidente pelo seu compromisso com as várias organizações comunitárias em Edmonton e em Calgary. Enquanto em Edmonton se fala de uma possível fusão de todas as organizações sob o mesmo teto, o mesmo não se pode dizer de Calgary, embora a discussão dessa possibilidade seja eventualmente inevitável. Para já, estas organizações continuam a contar com a participação daqueles que ainda se sentem ligados a Portugal, mas a sua sobrevivência depende fortemente do envolvimento das novas gerações de luso-canadianos em Alberta.

Com referências de Statistics Canada, Censo de 2016
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