Clube Recreativo Cultural e Desportivo Os Lusíadas
Dissolvido
QUASE TRINTA ANOS DE SERVIÇO À COMUNIDADE
Versão de áudio (disponível apenas em inglês):
Hamilton é atualmente o lar de Vasco da Gama, a única associação portuguesa em atividade nesta cidade (excluindo Rancho Folclórico Províncias e Ilhas de Portugal). No entanto, nem sempre foi assim. Os Lusíadas, fundado no longínquo ano de 1973, serviu também a comunidade portuguesa desta cidade até ao ano de 2001. Atualmente, a extinta associação está permanentemente condenada a permanecer no reino da memória.
João Valentim foi um dos presidentes desta associação. Em entrevista à Revista Luso-Ontário, em 2008, contou-nos um pouco da sua história.
“Começou em abril de 1972. Havia um grupo de jovens que jogava futebol. Chamavam-se os Mustangs. Em 1973, decidiram entrar numa liga e escolheram o nome Os Lusíadas. A data de fundação foi o 10 de junho. Naquela época, não havia ninguém no sul do Ontário que comemorasse o Dia de Portugal”, começou por nos dizer João Valentim.
A sede na Rua Severn – a mesma que outrora albergou o Vasco da Gama – foi o primeiro local de encontro para os seus associados, mas depois a organização mudou-se para a James Street Norte, no centro da comunidade portuguesa.
O crescimento foi tal que, a certa altura, Os Lusíadas contavam com mais de 250 sócios e realizavam festas inesquecíveis, das quais o Concurso de Misses era a mais concorrida. Para além de muitas outras celebrações de interesse cultural e social, aqui também foi formado um grupo de teatro.
O futebol, que deu origem à associação, cresceu para duas equipas masculinas e uma equipa de veteranos. Pouco antes da dissolução da organização, adquiriu sede própria num local um pouco afastado da comunidade portuguesa, na Main Street, um acontecimento que, segundo João Valentimem, contribuiu para a extinção da associação.
E um dia tudo acabou.
“Tudo que tem princípio também tem um fim. As pessoas começaram a perder o interesse e ninguém quis tomar posse. Penso que foi por sairmos da James Street North. Na nova sede, as coisas começaram a arrefecer. Muita gente hoje se sente triste”, lamenta.
“Agradeço a todo o comércio português pelo apoio e a todos os associados que deram o seu melhor. Dediquei-me de alma e coração ao clube”, concluiu.
| Com ficheiros da Revista Luso-Ontário, 2008 |
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